A saída de dólares superou a entrada em US$ 5,3 bilhões em junho até a última sexta-feira (23), divulgou nesta terça-feira (27) o BC (Banco Central).
A maior parte dessa saída foi de dólar no mercado financeiro, onde as vendas da moeda americana foram US$ 8,5 bilhões maiores do que as compras.
No caso do dólar comercial, formado principalmente por exportações, a entrada da moeda americana superou a saída em US$ 3,2 bilhões.
O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, afirmou que não é possível afirmar se esses movimentos estão relacionados com a crise política, aprofundada em 17 de maio, quando vieram a público delações da JBS envolvendo o presidente Michel Temer.
“Não temos detalhe das principais fontes desse movimento”, afirmou.
Em maio, a taxa de rolagem de financiamentos externos das empresas brasileiras atingiu 145%, ou seja, estas conseguiram captar no exterior 45% a mais do que o valor dos empréstimos e outros financiamentos que estavam vencendo no período.
Esse percentual caiu para 60% neste mês até o dia 23.
No caso dos investimentos em ações, o saldo até o dia 23 foi negativo em US$ 1,3 bilhão; já no caso dos investimentos em títulos públicos, a conta foi negativa em US$ 1,6 bilhão.
Contas externas no azul
As contas externas voltaram a ficar no azul em maio, quando foi registrado um superávit de US$ 2,88 bilhões, informou o BC nesta terça. Foi o terceiro mês seguido de resultado positivo.
Esse também foi o melhor resultado para meses de maio desde o início da série histórica do Banco Central, em 1995. Deste modo, foi o melhor mês de maio em 23 anos.
A conta de transações correntes é formada pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
O bom resultado das contas externas em maio está relacionado, novamente, com o saldo positivo da balança comercial brasileira que, em maio passado, apresentou o melhor resultado da série histórica do Ministério da Indústria para o mês.
Acumulado do ano
No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, porém, as contas externas registraram déficit de US$ 616 milhões. Apesar do resultado negativo, ele foi bem menor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando totalizou US$ 5,99 bilhões.
O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, disse que o déficit em transações correntes, no acumulado deste ano, é o melhor resultado para este período desde 2007.
Para todo o ano de 2017, o Banco Central revisou para US$ 24 bilhões sua projeção para o déficit em transações correntes, que antes estava em US$ 30 bilhões.