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Saída de Eduardo Bolsonaro do País é tema de conversas durante jantar na casa de Alexandre de Moraes com senadores

Eduardo alegou como motivo para seu “autoexílio” o temor de ser preso por uma suposta ordem de Moraes (foto). (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ofereceu um jantar na noite de terça-feira (18) para o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que contou com integrantes dos Três Poderes. O evento, no apartamento do magistrado em Brasília, ocorreu no mesmo dia em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu se licenciar do cargo e se mudar para os Estados Unidos alegando perseguição política. A saída do parlamentar do País esteve entre os temas das conversas no convescote das autoridades.

Eduardo alegou como motivo para seu “autoexílio” o temor de ser preso por uma suposta ordem de Moraes. O ministro, no entanto, arquivou uma representação do PT que pedia a apreensão do passaporte do deputado.

A ideia do jantar de Moraes para o senador mineiro já tinha sido conversada pelos dois há algum tempo e a noite de terça foi a encontrada para acomodar a agenda de todos. O encontro teve a presença de ministros do Supremo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), incluindo o presidente da Corte, Herman Benjamin. Também esteve presente o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

No evento, o ministro Luis Felipe Salomão, do STJ, conversou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sobre a reforma do Código Civil. O projeto que atualiza as normas foi protocolado pelo ex-presidente do Senado no seu último dia no posto, em fevereiro. O texto é fruto do trabalho de uma comissão de juristas presidida por Salomão e é tido internamente como um projeto que pode vir a marcar a gestão de Alcolumbre.

O jantar acontece após Pacheco ter descartado a possibilidade de virar ministro na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. No fim de semana, o senador avisou ao presidente que pretende continuar no Senado. Com o nome cotado para assumir uma pasta na gestão petista, o senador afirmou que sua ajuda se dará integrando a base aliada do Congresso.

Na conversa com Lula, no entanto, Pacheco deixou em aberto a possibilidade de concorrer ao governo de Minas Gerais em 2026 — o parlamentar é o nome favorito de Lula para disputar o Palácio da Liberdade. Caso assumisse uma pasta, o senador teria que se desincompatibilizar até abril do ano que vem, seis meses antes das eleições.

Pacheco quer trabalhar pela Reforma do Código Civil e também se comprometeu com Lula a trabalhar pela pauta prioritária do governo no Congresso em 2025, como o projeto que prevê a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Desde que Pacheco deixou o comando do Senado, articuladores políticos de Lula estavam encarregados de costurar a entrada de Pacheco no governo. Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), chegou a avisar ao senador que gostaria de conversar com ele sobre espaços na Esplanada dos Ministérios.(O Globo)

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