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Salário mínimo: centrais sindicais propõem ao governo Lula ajuste com taxa fixa de 2,4% ao ano

Mesmo após o governo aumentar salário mínimo e Bolsa Família, orçamento familiar segue apertado e destinado, principalmente, a contas básicas. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

As centrais sindicais entregaram ao governo Lula uma proposta de reajuste do salário mínimo com uma taxa fixa 2,4% ao ano, acrescida das perdas pela inflação e variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás. Na prática, a proposta tem uma média de ajuste em 4,2% ao ano, de 2024 a 2026.

A justificativa é recuperar as perdas acumuladas depois de 2019, quando o governo Bolsonaro passou a considerar apenas o reajuste pela inflação. A política de valorização do mínimo – bandeira dos governos do PT – tinha o PIB como principal indexador. Veja os detalhes:

Nesses parâmetros, o departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) calcula valorização média (aumento real) de 4,2% ao ano (2024-2026) no salário mínimo. As projeções do PIB são do Boletim Focus, do Banco Central.

Para tratar do tema foi instituído um grupo de trabalho e o primeiro encontro ocorreu nesta segunda, com a presença do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Na reunião estavam representantes do Dieese e de entidades como Força Sindical, CUT, UGT, CTB, CSB e Nova Central.

O documento entregue ao governo está dividido em dois cenários. O primeiro (detalhado acima) tem três indexadores (válido para os anos de 2024, 2025 e 2026) e o segundo com dois indexadores (válido a partir de 2027).

A política de valorização do salário mínimo passou a valer em 2007, após acordo do governo Lula com centrais sindicais. A mudança foi convertida em lei em 2015, com vigência até 2019.

Cálculos feitos pelo Dieese mostram que, se a estratégia não tivesse sido suspensa, o salário mínimo seria de R$ 1.391 em 2023, bem acima dos R$ 1.302, atualizados apenas pelo INPC de 2022. Pelo valor anunciado a partir de 1º de maio, de R$ 1.320, as perdas são de 5,4%.

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