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Salgado Filho privatizado. E agora?

(Foto: Leandro Osório/Especial/Palácio Piratini)

Na primeira semana de janeiro, o aeroporto Salgado Filho recebeu a Fraport AG Frankfurt Airport Services Worldwide. A empresa alemã venceu o leilão e recebeu a concessão do governo federal para ser a nova responsável pelas operações do aeroporto para os próximos 25 anos. A privatização das operações aeroportuárias de Porto Alegre foi apenas uma das diversas anunciadas pelo governo federal no ano passado. Apenas com a venda do terminal de Porto Alegre, o governo arrecadou aproximadamente 400 milhões de reais para os cofres públicos. Mas será que isso foi um bom negócio para o País e para os moradores do Porto Alegre? Não tenho dúvidas!

A Fraport tem 30 aeroportos espalhados pelo mundo. Dentre esses, é proprietária e operadora do aeroporto de Frankfurt, o maior aeroporto da Alemanha, recebendo em torno de 60 milhões de passageiros por ano. Isso já é o suficiente para termos certeza em relação a sua capacidade e experiência de operação. Mas quem ganha com isso? O porto-alegrense, lógico! É questão de tempo para termos evoluções tanto operacionais quanto estruturais até no chamado, popularmente, “terminal novo”, inaugurado em 2001. Com esses fatos descritos, pergunto: por que não fizemos isso antes? Com a devida organização e investimento, teremos um aeroporto de nível internacional que, com certeza, ajudará a recolocar Porto Alegre no mapa das grandes e influentes cidades do País.

Um exemplo brasileiro do quão positiva é uma privatização como essa para a nossa cidade é o GRU Airport, aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Privatizado em 2012, construiu um terminal novo de 192 mil metros quadrados em menos de dois anos de obra – eficiência e investimento que raramente vemos quando se trata dos demais aeroportos estatais do Brasil. Além do terminal novo, dois terminais, que já existiam anteriormente, foram unidos com fins de otimizar as operações internas. Hoje o GRU Airport é certamente um dos melhores e mais modernos aeroportos do Brasil.

É preciso ir em busca de mais privatizações não só de outros aeroportos do País, mas também de diversas empresas estatais. A falta de eficiência delas já é sabida por todos, porém, nada é feito.

Estamos acostumados com aeroportos, infelizmente, sucateados. Isso se deve ao fato de o senso comum acreditar que o controle destes deve ser 100% do Estado. Já está mais do que provado que nunca deveria ter sido concebido a ele o poder de administrar os aeroportos do País. Se nem seu compromisso básico o Estado é capaz de cumprir (com educação, segurança e saúde), por que desperdiçar energia e capital público com uma tentativa fútil dessas? O consumidor está cansado de pagar caro por um serviço ruim. O brasileiro precisa acordar e entender que estamos parados no tempo por apenas um motivo: o Estado querer comandar tudo e todos.

 

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