Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de março de 2020
Decisão do ministro Alexandre de Moraes, que favorece São Paulo, tranquiliza o Rio Grande do Sul por seis meses.
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STFEsta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dispensou o governo do Estado de São Paulo do pagamento de 1 bilhão e 200 milhões de reais à União, que deveria fazer hoje, como parcela da dívida total de 247 bilhões e 200 milhões de reais. O benefício se estenderá por seis meses e o dinheiro será revertido para ações contra o Covid-19.
A decisão de ontem favorece o Rio Grande do Sul, que teve as prestações suspensas por liminar do Supremo em agosto de 2017, mas que podem voltar a ser cobradas a qualquer momento. Por meio ano, o Estado não será molestado com a inclusão de São Paulo na lista das exceções.
Vocação exemplar
Hospitais públicos, particulares, filantrópicos e beneficentes têm atendido de modo incansável. Não emitem nenhuma palavra sobre atrasos de governos nos pagamentos e tabelas de prestação de serviços defasadas há décadas. Equipes médicas, de enfermagem, diretores e administradores jogam-se na missão de salvar vidas com extrema dedicação.
Entre sonho e pesadelo
Diante da crise, porta vozes da oposição cobram a intervenção do governo para estatizar setores. A pergunta imediata: com que dinheiro? Só se for para assumir e não pagar, aplicando calotes.
Mesmo assim, cabe lembrar: em 1973, quando ocorreu o primeiro choque do petróleo, as autoridades insistiram que “o Brasil era uma ilha de paz em um mar de intranquilidade.” Resultou numa grande crise cambial.
Comparação
Cronista Demitri Tílio, do jornal O Povo, de Fortaleza: “Para quem não morreu em 2017, ano mais violento do Ceará, com 5 mil e tantos assassinatos – quase 14 mortes por dia, a prova do confinamento para ganhar uma vida contra a Covid-19 ainda é suportável.”
Força do vírus
Donald Trump, o indomável, recua e admite sentar à mesa com os democratas para negociar um pacote de combate à pandemia.
Indo à estante
Enclausurados em casa, muitos admiradores de Fernando Sabino estão relendo Cidade Vazia. Reúne crônicas escritas entre 1946 e 1948, quando o autor morou em Nova Iorque, cidade com 8 milhões de habitantes, na qual sentia extrema solidão.
Na versão musical
Cidade Vazia é também título de composição de Baden Powell e Lula Freire, que Elizeth Cardoso gravou em 1966 acompanhada pelo Zimbo Trio. Trecho final da letra: “E quem quiser entender / e se puder ajudar / nosso desejo é fazer / todo o Universo se amar”. Está em discos, CDs e no Youtube.
Hora de um basta
A forma autoritária com que tecnocratas de Brasília agem deixa claro: não sabem ou não querem conhecer a diferença entre Estado Unitário e Federação. No primeiro, existe apenas descentralização administrativa. Na Federação, vigoram as autonomias política, financeira e orçamentária, estabelecidas na Constituição de cada Estado.
Após tantas humilhações em gabinetes da capital federal, representantes de Estados devem levar junto um professor de Direito Constitucional e Administrativo.
Preconceituosos
Há vários relatos sobre o olhar de cima de tecnocratas de Brasília quando recebem autoridades dos Estados. O preconceito é tão evidente que alguns gostariam de criar o Ministério da Apuração das Fraudes Estaduais. Não faz sentido.
Parecem andar com o rei na barriga, expressão usada para se referir às pessoas que dão muita importância a si mesmas.
Condenando o futuro
A cada ano, 8 milhões de toneladas de plástico são jogados nos oceanos, segundo pesquisas de cientistas britânicos. O problema começa nos núcleos urbanos. A lixeira em que se transformou o riacho Ipiranga, em Porto Alegre, é apenas um exemplo entre centenas de milhares em todo o mundo.
Esta nota foi publicada a 23 de março de 2018. Passados dois anos, segue a destruição.
Locais preferidos
Com o começo das definições de candidaturas, vai se consagrar o ditado: o mundo é redondo, mas os políticos sempre procuram os cantos para conchavar.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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