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Carlos Roberto Schwartsmann Sarcopenia e pandemia

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No Brasil, o número de pessoas idosas é superior ao de crianças de até 10 anos. (Foto: Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O envelhecimento não pode ser contido!!!

Hoje o Brasil possui aproximadamente 210 milhões de habitantes. Segundo o IBGE 38 milhões, tem mais de 60 anos. O número de pessoas idosas é superior ao de crianças até 10 anos.

Esta diferença, no decorrer dos próximos anos, cada vez será maior. Isto se deve a melhores políticas sociais, assistenciais, melhor acesso à educação, a saúde e a renda.

A palavra sarcopenia vem do grego Sarx (músculo) Penia (perda).

É o processo natural, progressivo de perda da massa muscular. O corpo humano possui aproximadamente 512 músculos. Eles, pela contratilidade, são os produtores dos nossos movimentos através das articulações. Também movimentam órgãos internos como o coração e o intestino.

A sarcopenia ocorre devido a redução da quantidade e tamanhos das fibras musculares, diminuição da atividade física e redução dos hormônios estrogênicos e testosterona.

Acredita-se que após a 5ª década de vida perdemos aproximadamente 1% da massa muscular por ano.

Hoje sabemos que a longevidade está intrinsecamente ligada ao nosso sistema músculo esquelético. Músculos hígidos significa melhor capacidade funcional e melhor qualidade de vida.

Pelo déficit muscular, gradativamente, vamos perdendo capacitações normais do cotidiano. Isto só é reconhecido à medida que percebemos que são necessários mais esforços para realizar atividades corriqueiras normais. Os atos de correr, dançar, sentar, levantar, subir escadas, pegar objetos no chão, se tornam mais difíceis.

Além da perda muscular, os reflexos se tornam mais demorados. Após o impulso elétrico nervoso, o músculo perde a sua capacidade de contração instantânea. Ela se torna mais lenta.

Ainda, contribuem negativamente neste cenário de perdas a diminuição da capacidade visual, de coordenação e até do equilíbrio.

As doenças crônicas também interferem negativamente: diabete, obesidade e hipertensão.

Veio, então, a Pandemia da COVID-19. Os mais velhos e, com comorbidades, foram duramente atingidos. Muitos morreram!

Reclusos e amedrontados permanecemos em casa confinados. Sem caminhadas ou exercícios!! Perdemos o ar oxigenado e ainda tivemos que usar máscaras! O lado afetivo e emocional, também foi amargamente afetado.

Resta-nos agora que a pandemia está terminando, e a primavera chegando que este renascer venha acompanhado de mais esperança, otimismo e vigor físico!

Vamos tomar sol e produzir vitamina D. Andar pelas praças e respirar ar puro! Vamos oferecer aos nossos músculos o que eles mais gostam: exercícios. Chega de quarentena! Vamos abandonar o sedentarismo. Vamos resgatar o tempo perdido!

 

Prof. Dr. Carlos Roberto Schwartsmann – médico e professor

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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