O governador José Ivo Sartori se reuniu nessa quarta-feira (19), no Palácio Piratini, em Porto Alegre, com líderes de entidades empresariais a fim de expor a proposta do governo gaúcho para aumentar a carga tributária. Estiveram presentes no encontro os presidentes da Federasul, Ricardo Russowsky; da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn; da Fiergs, Heitor Müller; e da FCDL, Vitor Koch.
Na oportunidade, Sartori comunicou a decisão de enviar nesta quinta-feira (20), à Assembleia Legislativa, o projeto contemplando o reajuste. A matéria indica elevação da alíquota básica do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) de 17% para 18%, além de aumento de 25% para 30% do tributo sobre gasolina, álcool, telecomunicações e energia elétrica. A previsão é gerar 2 bilhões de reais anuais extras a partir do próximo ano.
Apesar do apelo do governante aos empresários para que apoiem a medida, eles adiantaram que não ajudarão. “O efeito que o governo busca não vai acontecer em médio prazo. Pelo contrário, vai reduzir a atividade econômica”, apontou Russowsky.
A Fiergs também marcou posição contrária ao reajuste. Segundo Müller, a análise histórica das ações de aumento de impostos mostra que isso reduz o consumo, a produção e o PIB (Produto Interno Bruto). Além disso, segundo ele, a medida refletirá em menos empregos.
Bohn também manifestou contrariedade, classificando a elevação de impostos como uma medida “desastrosa” no atual período de retração econômica. Já o presidente da FCDL deixou claro que o varejo gaúcho não apoia a atitude. “Irá atingir diretamente o orçamento das famílias gaúchas, retirando o poder de consumo, e, consequentemente, fomentando o ciclo recessivo que já se percebe no RS”, disse Koch.