Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 6 de dezembro de 2020
O Brasil está nos preparativos finais para colocar em órbita o Amazônia 1, primeiro satélite de observação da terra completamente projetado e operado nacionalmente. O lançamento está previsto para fevereiro de 2021, na Índia.
Foram oito anos de desenvolvimento do satélite no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos. O Amazônia 1, que vai auxiliar na observação e monitoramento do desmatamento especialmente na região amazônica, agora está na fase final de testes antes de ser colocado em órbita.
O satélite tem quatro metros de comprimento e no espaço vai ficar a uma altitude 752 quilômetros. O equipamento vai passar por cima do Brasil 14 vezes por dia e vai tirar fotos em alta resolução de todo o território nacional.
“O Amazônia sozinho pode fornecer uma imagem de um mesmo local a cada cinco dias em condições normais. E pode fornecer imagem sob demanda a cada dois dias”, explica Adenilson Roberto da Silva, responsável pela Missão Amazônia.
Quando estiver no espaço, o satélite vai mandar o sinal para três estações de monitoramento no Brasil. Uma em Cuiabá (MT), a outra em Alcântara (MA) e a terceira em Cachoeira Paulista (SP), e todos os movimentos do satélite serão coordenados de uma outra estação, que fica no Inpe, em São José dos Campos.
“Tem que passar por vários testes pra garantir que ele está funcionando. A gente verifica todos os requisitos funcionais antes. A gente faz um batalhão de testes que são chamados testes ambientais – isso envolve aquela câmera termovácuo, vibração, acústico. [Verifica se] ele está qualificado, aceito para ser lançado porque depois que lançou não tem o que fazer”, afirma Guilherme Venticinque, gerente de testes do satélite.
O satélite Amazônia 1 vai se unir aos outros que já estão no espaço, como o Cbers 4 e 4a para monitorar o desmatamento na floresta. O satélite amazônia será o terceiro a formar o sistema Deter,o que vai aumentar a capacidade de observação e de alertas sobre o desmatamento.
Desmatamento
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) estima em 11.088 km² a taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira entre 1º de agosto de 2019 e 31 de julho de 2020.
Trata-se de um aumento de 9,5% em relação à taxa de desmatamento apurada no período anterior, também de 12 meses. É ainda a maior taxa de desmatamento para o mesmo período desde 2008 e o terceiro ano consecutivo com aumento da área desmatada na comparação com o período anterior.
Os dados são do Prodes (Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), do Inpe. De acordo com o Inpe, o mapeamento do desmatamento usou imagens do satélite Landsat ou similares para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares.
O Prodes considera como sendo desmatamento a remoção da cobertura florestal primária por corte raso, independentemente da futura utilização destas áreas.
O Pará é o estado com a maior área desmatada na estimativa (5.192 km²), depois Mato Grosso (1.767 km²), Amazonas (1.521 km²), Rondônia (1.259 km²), Acre (652 km²), Roraima (300 km²), Maranhão (290 km²), Amapá (81 km²) e Tocantins (26 km²).