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Porto Alegre Após enchentes em Porto Alegre, ansiedade atinge 100% das pessoas com renda familiar abaixo de R$ 1,5 mil

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População de baixa renda é a mais afetada por problemas emocionais decorrentes dos danos causados pelas inundações

Foto: Divulgação
População de baixa renda é a mais afetada por problemas emocionais decorrentes dos danos causados pelas inundações. (Foto: Cristine Rochol/PMPA)

Após a enchente que atingiu Porto Alegre, a população da cidade com renda familiar inferior a R$ 1,5 mil sofre mais com ansiedade, depressão e Síndrome de Burnout do que as pessoas com renda familiar maior do que R$ 10 mil, aponta um estudo do Hospital de Clínicas da Capital.

As consequências das inundações na saúde mental dos porto-alegrenses estão sendo investigadas por psiquiatras da instituição de saúde, vinculada à Faculdade de Medicina da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com o apoio da Renasam (Rede Nacional de Saúde Mental).

Os resultados preliminares do levantamento, iniciado em meados de maio, mostram que a ansiedade atinge 100% das pessoas com renda familiar abaixo de R$ 1,5 mil e 86,7% de quem tem renda familiar acima de R$ 10 mil. A depressão aflige 71% das pessoas com menor renda e 35,9% daquelas com maior renda.

A Síndrome de Burnout, distúrbio emocional com sintomas de estresse, exaustão extrema e esgotamento físico, afeta mais quem tem renda familiar menor (69%) do que quem tem renda mais alta (47%).

Os dados foram obtidos por meio de questionário on-line autopreenchido por pessoas contactadas pela Renasam, por meio do WhatsApp, ou por pessoas que acessaram o QR code fixado em locais públicos, como o Hospital de Clínicas e abrigos. A intenção dos pesquisadores é fazer o levantamento durante um ano, inclusive, com acompanhamento periódico da saúde mental de alguns atingidos pela tragédia.

A expectativa dos organizadores é ter informações para cuidar da saúde mental da população impactada e fornecer subsídios para a política de saúde pública, informou a psiquiatra Simone Hauck, coordenadora do estudo.

Segundo ela, “o stress pós-traumático crônico torna-se mais difícil de tratar com o passar do tempo”. Por isso, os organizadores começaram a divulgar os primeiros resultados para que mais pessoas tomem conhecimento da pesquisa e preencham o questionário.

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