Toda virose é causada por um vírus. A transmissão depende do tipo do vírus, mas as principais viroses tratadas nos serviços de saúde são as respiratórias e as gastrointestinais. No verão, as gastrointestinais ganham ainda mais força, sendo conhecidas como “viroses de verão” ou infecções intestinais. É o que explica a enfermeira e coordenadora do curso de Técnico em Enfermagem do Senac Saúde, Roberta Tavares.
As viroses gastrointestinais apresentam sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e, em alguns casos, febre e mal-estar. Crianças de até cinco anos, idosos e imunocomprometidos são mais vulneráveis à infecção. No caso das crianças infectadas, é comum apresentarem sonolência, dificuldade para se alimentarem e a língua seca. “Entre os idosos, os sintomas mais evidentes são sonolência e desânimo, podendo agravar doenças pré-existentes, como as cardíacas, renais e diabetes”, afirma Roberta.
E como evitá-las?
Como é comum no verão e em período de férias, os passeios e viagens aumentam e, consequentemente, as refeições realizadas fora de casa também. No entanto, a enfermeira recomenda evitar o consumo de alimentos sem conhecer a procedência, pois podem não ter a higienização e preparação corretas. “Uma grande e importante aliada na prevenção de viroses é a higiene. Como o vírus é transmitido por contato, é imprescindível lavar sempre as mãos, pois elas são consideradas uma porta de entrada para as doenças. As frutas e legumes devem ser muito bem higienizados com água corrente e sanitizados com solução clorada.”
Além disso, o Ministério da Saúde recomenda misturar uma colher de sopa de hipoclorito de sódio (água sanitária própria para alimentos) para cada litro de água. O ideal é deixar os itens que serão consumidos mergulhados de 15 a 20 minutos na solução. “Existem produtos específicos para essa finalidade em supermercados e que são distribuídos gratuitamente em unidades de saúde”, comenta Roberta.
É importante ressaltar que as viroses gastrointestinais são transmitidas, principalmente, pela ingestão de água ou alimento contaminado. As altas temperaturas do verão, em conjunto com a umidade, favorecem a proliferação dos vírus, sendo necessário redobrar a atenção com o armazenamento e conservação dos alimentos.
E além de serem transmitidas por gotículas da boca ou do nariz, podem ser propagadas através do contato fecal-oral. Ou seja, mãos, objetos ou alimentos contaminados com fezes de uma pessoa infectada se tornam meios de transmissão da doença em contato com a boca e outros objetos. Sendo assim, a profissional ainda destaca como forma essencial de prevenção não dividir objetos pessoais como toalhas, talheres e copos. “Para algumas viroses também já temos vacinas disponíveis, como o rotavírus”, acrescenta.
Tratamentos
De acordo com a especialista, após receber o diagnóstico de virose gastrointestinal, é importante manter uma rotina saudável e aumentar a ingestão de líquidos, pois isso auxilia na manutenção da imunidade e diminui as chances de contrair outras doenças. “Na grande maioria dos casos, o tratamento da virose é simples e pode ser feito em casa, com muito repouso e hidratação. Existem também alguns medicamentos para os sintomas que podem ser inseridos no tratamento, auxiliando a diminuir dores e febre e a reequilibrar a flora intestinal. Ainda, manter uma dieta com alimentos leves, pois auxiliam na digestão”, aconselha.