EsporteSchumacher passa o bastão a Lewis Hamilton, que deve continuar o sucesso dentro e fora das pistas
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Redação O Sul
| 12 de outubro de 2020
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Aos 35 anos, Hamilton atualmente negocia sua renovação de contrato com a Mercedes. (Foto: Twitter/Reprodução)
A conquista de Lewis Hamilton no GP de Eifel, no domingo (11), teve emoção e banho de champanhe para comemorar a quebra do recorde histórico de 91 vitórias.
Em meio a euforia, nenhuma imagem foi tão emblemática quanto a de Mick Schumacher entregando um dos capacetes vermelhos de seu pai, Michael, ao vencedor logo ao final da corrida.
Em uma espécie de passagem de bastão, o gesto significa uma benção do eterno campeão pela Ferrari ao britânico que ainda tem muita pista pela frente.
“Parabéns, e isso é em nome de todos nós. Uma grande conquista, realmente”, disse Mick, cujo pai sofreu graves ferimentos na cabeça em um acidente de esqui em 2013 e não foi visto em público desde então.
Hamilton igualou o recorde de Schumacher na pista de Nurburgring, onde o alemão havia sido campeão cinco vezes com a escuderia italiana, e subiu no pódio com seu capacete. O britânico atingiu a marca que muitos acreditavam ser inalcançável, e com a vitória do fim de semana, ele abre 69 pontos na liderança e caminha a passos largos em direção de mais um recorde: o heptacampeonato.
“Só de ver seu domínio por tanto tempo, eu não acho que ninguém, especialmente eu, poderia imaginar que estaria em qualquer lugar perto de Michael em termos de recordes, então é uma honra incrível. Vai levar algum tempo para me acostumar”, disse ele sobre Schumacher.
A seis corridas pro fim da temporada, Hamilton sequer precisa vencer mais para conquistar seu sétimo título mundial. Se chegar em terceiro em todas as próximas etapas ele será campeão, mesmo que o segundo colocado, Valteri Bottas, vença e faça a melhor volta em todas as pistas.
Com a escassez de pilotos brasileiros nas últimas temporadas, assistir Hamilton buscando e alcançando, um a um, os recordes de Schumacher, tem sido o grande incentivo para continuar ligando a TV na Fórmula-1 todos os domingos.
O maior ídolo do esporte no país também é inspiração para o britânico, que nunca escondeu a idolatria pelo tricampeão Ayrton Senna. Ele recebeu das mãos de Viviane Senna um capacete verde e amarelos quando ultrapassou a marca de 65 poles do brasileiro em 2017.
“Queria fazer o que o Ayrton fez. Eu cheguei aqui, consegui ultrapassá-lo. E, para mim, ele teria conseguido muito mais se estivesse vivo. Mesmo assim, superá-lo foi algo acima do que eu jamais poderia ter sonhado”, disse o britânico em entrevista ao canal oficial da F1, em agosto.
Além de manter a velha guarda do automobilismo de olho nas pistas, Hamilton tem chamado a atenção da nova geração por seu engajamento social. Além de troféus, o piloto levanta também a bandeira antirracista em cada pódio.
Mesmo durante o prolongado hiato na Fórmula-1 devido a pandemia de coronavírus, Hamilton continuou nas manchetes por causa dos protestos pela morte de George Floyd, um cidadão negro, por um policial branco nos EUA. Ele foi às ruas gritar contra a violência policial, e continuou os protestos nas pistas, lembrando das mortes de Breonna Taylor e outras vítimas do racismo estrutural nos EUA.
Ele também anunciou a criação da “Hamilton Commission”, instituição com o objetivo de ampliar a diversidade no automobilismo através de suporte educacional e profissional para pessoas negras nas áreas de ciência e tecnologia. O britânico é até hoje o único negro campeão da Fórmula-1.
E não para por aí o engajamento de Hamilton: ele também apóia a inclusão de mulheres na categoria, pressionado sua equipe a encontrar soluções menos poluentes, incentiva o vegetarianismo e a utilização de materiais sustentáveis.
Aos 35 anos, Hamilton atualmente negocia sua renovação de contrato com a Mercedes. Seu vínculo vai até o final deste ano, mas ele e sua equipe devem continuar ditando o ritmo na Fórmula 1, enquanto o piloto se mantém incansável dentro e fora das pistas.
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