Perde tempo quem imagina que, saindo, o chanceler Ernesto Araújo cederá o lugar a um experiente diplomata. Nessa área, o presidente Jair Bolsonaro valoriza mais o nível de confiança que a formação, por isso o primeiro nome na lista de ministeriável é o jeitoso almirante Flávio Rocha, secretário-executivo do Ministério das Comunicações. Não por acaso, diplomatas dizem ter percebido o “dedo” do ministro Fábio Faria na “malhação de Judas” a que Ernesto Araújo foi submetido no Senado.
Articulador informal
Ao presidente, Fábio Faria prometeu exatamente o contrário: atuar para pacificar as relações do atual chanceler com o Congresso Nacional.
Vai que é tua, Ernesto
Mas o fato é que, no governo e na base aliada, ninguém desaconselhou Ernesto Araújo a comparecer à sessão onde seria insultado por 5 horas.
Talento reconhecido
Durante recente viagem ao exterior, Fábio Faria se impressionou com o talento negociador de Flávio Rocha, por isso o levou para seu ministério.
Ninguém merece
É mais provável que Ernesto Araújo se demita, poupando-se a si mesmo e ao presidente, do que sofrer a humilhação de uma demissão.
Brasil passa de 20 milhões de doses em 70 dias
Ao completar 70 dias de campanha de vacinação contra a covid, o Brasil deve bater neste domingo a marca de 20 milhões de doses aplicadas, cerca de 10% mais que o Reino Unido conseguiu em igual período. O mesmo se aplica a Alemanha, França e Itália, que, somados, têm 210 milhões de habitantes, população semelhante à brasileira, e aplicaram 18,7 milhões de doses nos primeiros 70 dias de imunização contra covid.
Sem freio
O Brasil acelerou o ritmo da vacinação e se aproxima de mil doses aplicadas em um dia. A média diária já passa de 565 mil vacinas.
Dois lados da covid
A última semana foi uma a mais mortal da pandemia no Brasil, mas foi também a de maior vacinação: foram aplicadas cerca de 4 milhões.
Alívio para milhões
Ao todo, profissionais de saúde deram mais de 15 milhões de primeiras doses. Cerca de 5 milhões receberam segunda dose e estão imunizados.
Marca na espingarda
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, adoraria que a queda de um ministro fosse creditada a ele, assim como se atribui ao presidente da Câmara, Arthur Lira, a queda do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Chama o Cléber
Competente é o secretário de Comunicação do governo de São Paulo, Cléber Mata: o Estado superou os 70 mil óbitos decorrentes da covid-19, mas o nome de João Dória nem é citado nas reportagens. Sem nenhuma cerimônia, os veículos culpam apenas o governo federal pela tragédia.
Pontes nas estrelas
A viagem do primeiro astronauta brasileiro para o espaço completa 15 anos neste domingo (28). De lá para cá, Marcos Pontes deixou a órbita para virar ministro da Ciência e Tecnologia do governo Jair Bolsonaro.
Alinhamento
O PSDB se juntou ao PSB e PTB ao pedir, no STF, o fim da Lei de Segurança Nacional, por atentar contra a liberdade de expressão. A LSN foi o que permitiu ao STF prender o deputado que ofendeu ministros.
Muda a marcha
Após o Orçamento, atrasado há 4 meses, será prioridade no Congresso a retomada da reforma tributária. A expectativa de parlamentares é que a reforma seja aprovada, em definitivo, entre agosto e outubro.
Aposta fúnebre
Apesar da queda da média de mortes pela covid, após mais de um mês, a Universidade Federal Fluminense chuta que os óbitos vão a 5 mil diários em abril. Lembra muito “1 milhão de mortes até agosto (de 2020)” propalado pela Imperial College e “experts” de meia pataca no Brasil.
Fundamental
“Sem sombra de dúvidas, uma grande simplificação do sistema”, aposta o advogado especialista em Direito Tributário Gabriel Quintanilha, sobre a unificação de cinco impostos, como propõe a reforma tributária.
Dado da importância
O cargueiro que encalhou e bloqueou o canal de Suez provoca prejuízos bilionários. Segundo economistas da Euler Hermes, o prejuízo do porta-contêineres ao comércio global pode chegar a US$10 bilhões por dia.
Pergunta na Câmara
Se até dança virou pauta na Câmara, os deputados já resolveram a pandemia?
PODER SEM PUDOR
Homem-bomba
Prolixo e confuso, Eduardo Suplicy (PT-SP) era senador quando conseguiu acabar com a paciência do então líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que caiu na besteira de conceder-lhe um aparte. O tucano reclamou: “O senhor é o verdadeiro homem-bomba. Está explodindo meu discurso!”