O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não quis comentar na quarta-feira (19) sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros da economia em 10,5% ao ano, interrompendo a trajetória de juros iniciada em agosto de 2023.
“Se eu falar sobre isso [Copom], será depois da ata, vou ler com calma, como eu tenho feito nas últimas decisões. Tenho confiança nas pessoas indicadas”, afirmou Haddad.
Haddad reforçou ainda sua confiança no crescimento da economia. “Vamos seguir o rumo forte da economia. Economia vai crescer e gerar emprego. Estamos no caminho certo”, disse, e completou. “Qualquer seja [o obstáculo], vamos superar”.
Questionado por jornalistas sobre as medidas de ajuste fiscal e a conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o tema, Haddad afirmou que “começa o processo orçamentário normal”. “Vamos ajustando no Orçamentol”.
Os últimos dias foram de aumento de tensão no debate econômico do país. Na terça-feira (18), na véspera da decisão do Comitê de Política Econômica (Copom) sobre a taxa básica de juros da economia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Na semana passada, quando já havia percepção de aumento de risco no Brasil por causa da situação fiscal, Lula disse que seu governo está “arrumando a casa” e colocando as contas públicas em ordem, mas citou apenas aumento de arrecadação e não redução de despesas, o que contribuiu para a piora do humor nos mercados.
No dia seguinte, Haddad foi a público, ao lado da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, para defender revisão “ampla, geral e irrestrita” nas despesas pela equipe econômica.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que tem “confiança nas pessoas indicadas” para o BC. A fala se deu após a decisão unânime do Copom do BC de manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano.
Questionado se os juros poderiam ser um obstáculo ao crescimento, Haddad disse que qualquer que seja a dificuldade “nós vamos superar”.
O Copom manteve, em decisão unânime, os juros em 10,5% ao ano. Todos os diretores, inclusive aqueles que foram indicados ao Banco Central pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram favoráveis. Após as duras críticas do petista ao BC e ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, nesta semana, havia dúvidas se os indicados por Lula defenderiam a manutenção da Selic ou votariam por cortar a taxa.