O presidente Jair Bolsonaro (PSL) conversou nesta quinta-feira (5) com eleitores em Brasília sobre a indicação do subprocurador-geral Augusto Aras, ex-aliado do PT, como novo PGR (Procuradoria-Geral da República). “Se não confiarem em mim, mais cedo o PT volta”, afimou. As informações são do portal UOL.
“A nossa vida não é fácil, qualquer decisão tomada para um lado ou para outro tem problema. Hoje, não tenho vetos na lei do abuso de autoridades. Acolhi todos os indicados do Moro, pelo nosso advogado-geral da união, pelo CGU e pelo chefe da Casa Civil. Indiquei à tarde o PGR. Estou recebendo muita crítica de gente que votou em mim. Se não acreditam em mim e continuar fazendo esse trabalho de não acreditar, eu caio mais cedo, mais cedo o PT volta. Vamos esperar dar um tempo ao novo PGR, o universo era pequeno, e eu tinha que escolher”, disse.
O presidente também falou sobre Raquel Dodge, procuradora-geral da República. O mandato dela termina no dia 17 deste mês. Na quarta, Dodge viu um grupo de procuradores ligados à Lava-Jato pedir demissão coletiva por incompatibilidade com ela.
“Outros acusam de um montão de coisas por eu teria escolhido esse cara e não outro. A Raquel Dodge estava na fita, ontem teve um problema. Alguém viu o problema de ontem? Não vou acusá-la de nada”, declarou Bolsonaro, que ainda citou Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato.
“O Dallagnol é outro também que jogou pressão para colocar… Alguém sabe da vida dele no tocante da ideologia de gênero? Família? Questão ambiental? E ele fica enchendo meu saco dando palpite. Não conhece nada no tocante disso daí”, declarou.
Após a escolha de Bolsonaro, Aras será sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Em seguida, sua indicação irá a votação no plenário, e ele precisará dos votos da maioria absoluta dos senadores.
Demissão coletiva
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, divulgou nota na noite de quarta rebatendo o pedido de demissão coletiva de um grupo de procuradores ligados à Lava-Jato.
“Ao confirmar que recebeu pedido de desligamento de integrantes de sua equipe na área criminal, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reafirma que, em todos os seus atos, age invariavelmente com base em evidências, observa o sigilo legal e dá rigoroso cumprimento à Constituição e à lei. Todas as suas manifestações são submetidas à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal)”, diz o comunicado da PGR.