Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2018
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (16) que, se o governo não conseguir os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência em fevereiro, a Câmara não votará mais a proposta.
Pelo cronograma anunciado por Maia ainda no ano passado, a discussão sobre a reforma está marcada para o próximo dia 5 de fevereiro e a votação, para 19 de fevereiro. A proposta só será aprovada se tiver o apoio mínimo de 308 dos 513 deputados, em duas votações.
“Na minha opinião, se não conseguir voto em fevereiro, não vota mais. Depois, nós vamos ter outras agendas que precisam avançar”, disse Rodrigo Maia, acrescentando que há medidas provisórias na pauta, além do projeto que restringe o chamado foro privilegiado.
Maia está em Washington, nos Estados Unidos, em viagem oficial com um grupo de deputados. Ele deu a declaração durante entrevista a jornalistas brasileiros após compromisso na FEC (Comissão Eleitoral Federal) do país.
Realista
Mais cedo, nesta terça-feira, o presidente da Câmara já havia dito, durante um discurso, que tem dado andamento à agenda da reforma, mas “sem nenhum tipo de otimismo”.
Segundo ele, a fala não foi pessimista, mas, sim, realista, acrescentando que não poderia mentir sobre a situação porque “já tem muito político mentiroso” no País.
“Não fiz discurso pessimista, não posso ir para nenhum ambiente no Brasil ou no exterior e mentir. Já tem muito político mentiroso no Brasil”, afirmou.
Rearticulação
O presidente da Câmara voltou a defender nesta terça-feira a necessidade de rearticulação da base aliada a fim de o governo conseguir o número necessário de votos.
Pelos cálculos de Rodrigo Maia, a base aliada ao presidente Michel Temer conta com 250 a 260 deputados e precisaria chegar a algo em torno de 330.
“Como está no limite dos 308, não precisa de 3/5 de cada partido da base, mas de 90% dos partidos da base”, afirmou.
Ministra
Maia criticou a decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro em suspender a nomeação e posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho. Cristiane foi indicada para o cargo em meio a negociações do governo com lideranças partidárias a fim de angariar votos para a aprovação da proposta que altera as regras de acesso à aposentadoria.
“Não é fácil, e nós temos problemas hoje no Brasil na relação entre Poder Judiciário e, principalmente, Poder Executivo. Algumas decisões do presidente têm sido barradas pelo Judiciário, o que é grave. Isso também atrapalha a reforma da Previdência. Estamos, desde o dia 3, sem conseguir nomear a ministra do Trabalho – isso gera um impasse dentro de um partido que não tem muitos votos, mas para uma votação que a gente sabe que não é fácil chegar ao número necessário. Isso sempre gera dificuldades e atrasa a capacidade de articulação do governo”, declarou Maia.
Venezuela
Em reunião com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, na segunda-feira (15), em Nova York, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), falou sobre a relação do Brasil com a Venezuela.
De acordo com o parlamentar, a crise político-econômica no país vizinho afeta diretamente o Estado de Roraima, porta de entrada, no Brasil, de venezuelanos que fogem dessa situação.
Nos três abrigos instalados em Roraima, um em Pacaraima e dois em Boa Vista, existem atualmente 1.380 venezuelanos acolhidos.