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Política “Se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes sobre anistia estava tudo resolvido”, diz Bolsonaro

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Com o pedido da Justiça brasileira, os mandados de prisão foram expedidos pelas autoridades argentinas. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a aprovação de uma “anistia” para investigados por tentativa de golpe, sem especificar a quais casos se referia, durante uma entrevista na noite de quinta-feira. Em outras ocasiões, ele já afirmou que seu objetivo seria o de anistiar pessoas presas pela invasão à sede dos três Poderes no 8 de Janeiro, em Brasília. Após o indiciamento do pai, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu uma anistia “ampla”.

O ex-presidente argumentou que “se quiserem pacificar” o país, o presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos envolvendo tentativa de golpe, poderiam se posicionar a favor de uma anistia e “zera o jogo daqui para frente”.

“Se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes sobre anistia estava tudo resolvido”, afirmou Bolsonaro ao programa “Oeste sem filtro”, da Revista Oeste.

O ex-presidente também disse ter debatido com os comandantes das Forças Armadas a possibilidade de decretação de estado de sítio ou de estado de defesa, além do uso do artigo 142 da Constituição para invocar uma ação militar. Bolsonaro, no entanto, alegou que “o que está dentro da Constituição você pode utilizar”, numa tentativa de rebater a acusação de que arquitetou um golpe de Estado, motivo pelo qual foi indiciado pela Polícia Federal.

Em depoimentos à PF, os ex-chefes do Exército e da Aeronáutica no governo Bolsonaro relataram uma reunião na qual Bolsonaro apresentou planos que visavam ao impedimento da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Os comandantes das Forças falam que ‘Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de (artigo) 142, estado de sítio, estado de defesa’. E eu discuti, sim. Não foi nenhuma discussão acalorada. (…) Golpe usando a Constituição? O que está dentro da Constituição você pode utilizar”, afirmou Bolsonaro ao programa “Oeste sem filtro”, da Revista Oeste.

Ida a embaixada

Bolsonaro também relembrou, na entrevista, o episódio em que passou duas noites na embaixada da Hungria em Brasília, no início deste ano, após ter o passaporte apreendido em meio às investigações da PF. O ex-presidente disse que “foi lá para conversar, e ponto final”.

Mais cedo, em outra entrevista, ao portal Uol, Bolsonaro não descartou a possibilidade de buscar um novo refúgio em alguma embaixada, caso tenha prisão decretada.

“Fui lá para conversar, ponto final. (…) Queriam me prender porque entrei na embaixada sem passaporte. Eu não sabia que precisava se passaporte para entrar em embaixada”, alegou Bolsonaro à Revista Oeste.

Na entrevista, o ex-presidente disse ainda que “mandou um zap” cumprimentando o ex-presidente Michel Temer por uma declaração na qual minimizou o plano golpista investigado pela PF. Bolsonaro também disse ter orientado deputados aliados a elogiarem o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após ele defender parlamentares bolsonaristas que foram alvos de indiciamento pela PF.

O ex-presidente reforçou, na entrevista, que um de seus focos na eleição de 2026 é o de ampliar o número de bolsonaristas no Senado — que é responsável, entre outras atribuições, por analisar pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Bolsonaro, “os poderes estão desequilibrados” pelo fato de o governo Lula ter maioria no Senado, ao passo que na Câmara “está o Lira lá, meio que resistindo”. As informações são do jornal O Globo.

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