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Geral Seca extrema: nível do Rio Paraguai registra o menor volume dos últimos 60 anos

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O Rio Paraguai é um dos principais rios da América do Sul, atravessando territórios no Brasil e em países vizinhos. (Foto: Reprodução)

O Rio Paraguai registrou na segunda-feira (14) o nível mais baixo já medido, com 66 centímetros abaixo da cota de referência, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA). A nova mínima histórica supera a marca de 62 cm abaixo da cota, divulgada no último sábado. As medições, iniciadas pela Marinha no posto de Ladário, em Corumbá (MS), na fronteira com Porto Quijarro (Bolívia), haviam apontado uma mínima anterior de 61 cm abaixo da cota de referência em 1964, ano de início de medições.

A profundidade média padrão do Rio Paraguai é de 5 metros, segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). Na última quarta-feira (9), o instituto já havia emitido um alerta sobre o menor nível histórico do rio, com base em medições próprias. A estação de Ladário é referência não só para o monitoramento ambiental, mas também para a Marinha, que utiliza os dados para definir as condições de navegação e eventuais restrições.

O Rio Paraguai é um dos principais rios da América do Sul, atravessando territórios no Brasil e em países vizinhos. Ele nasce na Chapada dos Parecis, no estado de Mato Grosso, Brasil, e percorre cerca de 2.600 km até desaguar no Rio Paraná, na Argentina. Ao longo de seu curso, o rio atravessa quatro países: Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina.

No Brasil, o Rio Paraguai corta os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo crucial para o equilíbrio do Pantanal, a maior planície alagável do mundo. A Região Hidrográfica do Paraguai, que cobre 4,3% do território brasileiro, inclui boa parte do Pantanal, o que faz do rio uma peça fundamental para o sustento dessa biodiversidade única. Fora do Brasil, o Rio Paraguai passa pela Bolívia, servindo como fronteira natural com o país. Finalmente, ele deságua no Rio Paraná, na Argentina.

A seca que levou o Rio Paraguai a atingir níveis historicamente baixos já havia sido prevista por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) desde fevereiro. Na ocasião, os especialistas alertaram sobre a possibilidade de uma mínima histórica, devido à baixa precipitação durante a estação chuvosa. “Essa seca vem sendo observada em razão das chuvas abaixo do normal desde outubro de 2023. Por isso, temos alertado sobre esse processo que se desenhava na bacia”, afirmou o pesquisador Marcus Suassuna em nota oficial.

Segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), a queda no nível do Rio Paraguai tem impactos profundos na economia e no meio ambiente da região. A seca afeta diretamente o turismo, a pesca e o abastecimento de comunidades ribeirinhas, essenciais para o Pantanal.

Especialistas atribuem a redução drástica do nível do rio à variabilidade climática e à escassez de chuvas na bacia hidrográfica, deixando o Pantanal – um dos biomas mais frágeis e importantes do mundo – extremamente vulnerável. As mudanças impactam tanto a biodiversidade quanto as populações que dependem dos recursos naturais da região.

A recuperação do nível do Rio Paraguai será gradual, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Em Ladário (MS), o rio deve permanecer abaixo da cota de referência até a segunda quinzena de novembro. “O ritmo de descida do rio diminuiu, estabilizado pela chegada das primeiras chuvas da estação chuvosa. No entanto, as precipitações previstas não serão fortes o suficiente para elevar os níveis de forma rápida”, afirma Suassuna, especialista do SGB.

Nos últimos anos, as chuvas têm sido insuficientes para repor as reservas hídricas da região. Durante a estação chuvosa de 2023, houve um déficit acumulado de 395 mm, com um total de 702 mm de chuvas, abaixo da média esperada de 1.097 mm. Entre 2020 e 2024, o déficit totalizou cerca de 1.020 mm, equivalente ao acumulado de um ano hidrológico.

Na última semana, apenas 3 mm de chuvas foram registrados na Bacia do Rio Paraguai, mantendo os níveis dos rios abaixo do normal, exceto o Rio Cuiabá, que se mantém estável devido ao controle de vazão da Usina Hidrelétrica de Manso. Em Barra do Bugres e Porto Murtinho, o Rio Paraguai atingiu o nível mais baixo da história.

Projeções indicam que as próximas semanas podem trazer chuvas acumuladas de 27 mm, o que ajudaria a iniciar a recuperação dos níveis em Cáceres, Ladário, Forte Coimbra e Porto Murtinho, além de estabilizar outros pontos da bacia.

A Marinha alerta para os riscos à navegação no Rio Paraguai, com o surgimento de bancos de areia e rochas devido à seca. Navegantes devem redobrar a atenção, consultar cartas náuticas atualizadas e seguir os boletins diários sobre as condições do rio. A navegação é essencial para o transporte de cargas agrícolas e minerais, mas as condições atuais exigem precauções para evitar acidentes. As informações são do jornal O Globo.

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