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“Seguiremos devotos da democracia”, diz Arthur Lira, reeleito presidente da Câmara

Planalto ainda não conseguiu formar uma base consistente no Congresso (Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara)

Após ser reeleito nesta quarta-feira (1º) como presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) defendeu a democracia e afirmou que é hora de “desinflamar o Brasil”. “Seguiremos devotos da democracia e, para tanto, serei uma voz firme a favor das prerrogativas e liberdade de expressão de cada parlamentar”, afirmou.
Lira ficará no comando da Casa pelos próximos dois anos, até 2025. Ele teve 464 votos, recorde para uma votação na Câmara. Dos 513 deputados, 509 votaram.

Lira declarou ainda que “é hora de desinflamar o Brasil, distensionar as relações, e os poderes da República, pilares da nossa democracia, devem dar o exemplo”.

“É hora de ver cada um no seu quadrado constitucional, para voltarmos a ver os poderes articulando, interagindo com a clareza exata de onde termina o espaço de um e onde começa o do outro”. “Neste Brasil, não há mais espaço para aqueles que atentam contra os poderes. Esta Casa não defenderá ou referendará nenhum ato, discurso ou manifestação que atente contra a democracia”, disse.

Atos extremistas

“Para aqueles que depredaram, vandalizaram e envergonharam o povo brasileiro haverá, sim, o rigor da lei”, acrescentou. No discurso, Lira defendeu que o Legislativo é o poder moderador da República e assim continuará sendo. “Não dá mais para usurpar prerrogativas, interferir em decisões amplamente debatidas, votadas e aprovadas”, disse.

“Não dá mais para que as decisões tomadas nessa Casa sejam constantemente judicializadas e aceitas sem sustentação legal. Resta a nós, investidos pelo poder popular, exercer a cada dia a boa política do entendimento, da conciliação e do equilíbrio”, complementou.

Forças armadas

Lira também citou as Forças Armadas: “E aqui quero fazer um reconhecimento às Forças Armadas e seu respeito à Constituição. No que pese possíveis omissões e erros pontuais que aconteceram no 8 de janeiro e estão sendo apurados, o conjunto das Forças Armadas reconhece a obediência ao poder civil escolhido democraticamente em eleições livres, seja qual for a linha política. Assim é que tem que ser. E assim será”.

Entre os desafios para a gestão, Lira destacou a reforma tributária, a questão ambiental e o fortalecimento do SUS e afirmou que o objetivo é entregar “providências essenciais” para o desenvolvimento.

“Esta Câmara dos Deputados tem um enorme desafio pela frente: rever nosso complexo e por vezes injusto modelo tributário. Não tenho dúvidas que vamos divergir, mas vamos também encontrar pontos em comum e entregar para os brasileiros providências essenciais para o desenvolvimento econômico e social”, afirmou.

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