Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2024
Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) apontam que as indenizações pagas por empresas do segmento aos gaúchos afetados pelas enchentes de maio somam mais de R$ 6 bilhões até agora. O montante abrange quase 58 mil contratos ao longo de sete meses desde a pior catástrofe ambiental já ocorrida no Rio Grande do Sul.
A maior parte dos casos está relacionada a sinistros residenciais (29,8 mil casos), responsáveis por ressarcimentos que totalizam mais de R$ 594 milhões. Em segundo lugar aparecem os automóveis (18,1 mil), que no entanto correspondem à maior soma de recursos indenizatórios: R$ 1,2 bilhão.
E mesmo com tantas cenas de inundações na zona rural de cidades do Interior do Estado, os pagamentos de contratos no âmbito do setor agrícola respondem até o momento pela menor parte do montante. Foram menos de 1,4 mil indenizações, que demandaram aproximadamente R$ 167 milhões.
Na avaliação da CNSeg, o valor total dispendido pelo segmento no Rio Grande do Sul em processo de reconstrução da tragédia climática está abaixo do projetado inicialmente pelo setor, que era de R$ 7 bilhões. E não deve crescer de forma considerável nos próximos meses, indicando assim que a grande maioria dos segurados já encaminhou a solicitação.
O comando da entidade pondera que esses R$ 6 bilhões estão as mais altas quantias já pagas pelo segmento em um só contexto, mas sequer chegam perto de 10% do total das perdas registradas de forma geral, ou seja, cobertas ou não por apólice. Esse valor é de R$ 100 bilhões.
Na divisão por áreas de atuação, predominaram os ressarcimentos a estabelecimentos de grande porte e diretamente atingidos por inundação, sofrendo danos materiais e prejuízos devido ao impedimento de prosseguir com suas atividades. Juntos, custaram mais de R$ 3 bilhões às seguradoras (708 sinistros). Foi o caso do Aeroporto Internacional Salgado Filho e dos estádios Beira-Rio (Inter) e Arena (Grêmio).
Segmento resiste
A CNSeg acrescenta que as seguradoras registraram desaceleração no Estado desde maio, devido à queda na demanda por contratos. “As pessoas estão reconstruindo suas casas”, explica a entidade.
O crescimento do setor como um todo, incluindo todos os produtos de seguros, previdência aberta, capitalização e saúde, também deve perder tração em 2025, projeta o comando da Confederação. A expectativa de crescimento é de de 11,6% para este ano e de 10,1% para 2025.
Já arrecadação deste ano deve ficar em R$ 747,3 bilhões, R$ 77,8 bilhões a mais que o desempenho do ano passado. A desaceleração acompanha o Produto Interno Bruto (PIB), explica Oliveira. A previsão da CNseg é que a economia brasileira cresça 3,43% este ano e 2,50% em 2025.
Um produto voltado exclusivamente ao atendimento dos efeitos das mudanças climáticas, defendido pelo setor, ainda é uma iniciativa indefinido. O “seguro social de catástrofe”, proposto ao Congresso Nacional e ao governo federal, permanece em negociação.
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