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Segurança foi solto após matar jovem em supermercado no Rio

Segurança ficou sobre o homem, que deixou o mercado desacordado. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

O segurança Davi Ricardo Moreira ficou detido por três horas, suspeito de ter dado uma “gravata” no jovem Pedro Henrique de Oliveira Gonzaga, de 19 anos, em uma filial da rede de supermercado Extra, no Rio de Janeiro. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 10 mil e alegou legítima defesa para explicar o ato.

Gonzaga morreu na tarde de quinta-feira (14) após sofrer três paradas cardiorrespiratórias: a primeira enquanto era encaminhado ao hospital e as outras duas já no Centro de Emergência Regional, que fica junto ao complexo do hospital Lourenço Jorge.

Moreira foi filmado por clientes do supermercado, dando a “gravata” no jovem. Segundo o advogado do segurança, André França Barreto, ele acusou a vítima de simulação e de apontar uma arma.

“O rapaz simulou um ataque epiléptico, o Davi se aproximou para prestar os primeiros socorros e teve a arma retirada do corpo. Ele chegou a apontar a arma para os presentes no mercado e, neste momento, um segundo segurança conseguiu intervir. Neste momento, o Davi e o jovem entraram em luta corporal e o segurança cai por cima dele, o deixando imobilizado até a chegada de reforços”, explicou Barreto.

De acordo com o advogado, o segurança acompanhou a vítima até a unidade de saúde e ficou detido por três horas na delegacia para prestar esclarecimentos e pagar a fiança. Ele responderá o processo em liberdade, segundo a defesa.

Imagens

Imagens de câmeras de segurança do supermercado Extra obtidas pela TV Globo mostram o início da confusão que terminou com a morte de Pedro Gonzaga. O jovem morreu após ser estrangulado com um golpe de “mata-leão”, também conhecido como “gravata”, do segurança Davi Ricardo Ribeiro, no início da tarde de quinta-feira (14).

O vídeo mostra Pedro correndo em direção ao vigilante, que está parado junto a outro funcionário do supermercado próximo à entrada do estabelecimento. Eles parecem conversar por alguns instantes e uma mulher se aproxima. Em seguida, Pedro Henrique cai no chão.

O funcionário do estabelecimento e o segurança levantam o rapaz, mas a confusão continua e ele cai uma segunda vez. Em outro vídeo compartilhado em redes sociais é possível ver o jovem sendo imobilizado. Não é possível ver a ameaça com arma ou a simulação alegada pelo acusado. O vigilante refuta pedidos de outras pessoas para que solte Gonzaga.

Uma delas diz: “Está desmaiado, não está não?”. Outra pessoa fala: “Ele tá com a mão roxa”, mas o segurança se nega a sair de cima e responde: “Quem sabe sou eu”. Outros funcionários do supermercado ainda circundam os dois homens no chão, mas nada fazem.

Mãe

Desesperada, a mãe de Pedro Henrique assistiu toda a cena que terminou com o filho morto. Ela contou que estava com uma amiga e o filho no caixa do supermercado quando o rapaz saiu de perto dela. Em seguida, a mãe contou ter visto o filho cair na porta do estabelecimento.

A mulher disse ter ido ao local para tentar levantá-lo e avisou que o Pedro Henrique estava sob efeito de drogas porque, segundo ela, era usuário. Naquele momento, afirma, começou uma briga com os seguranças.

 

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