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Por Redação O Sul | 22 de junho de 2019
Uruguaios ainda circulam pela capital depois de uma noite de festa na Arena do Grêmio. Considerado um dos melhores jogos até agora na competição, a partida entre Uruguai e Japão surpreendeu pelo placar disputado: 2 x 2. Mas enquanto torcedores aproveitam uma Porto Alegre em ritmo de Copa América, para a Segurança Pública uma nova partida já começou. Domingo (23), às 16h, será a vez dos argentinos lutarem pela classificação diante do convidado Catar.
Para o terceiro jogo da Copa América em solo gaúcho, o planejamento de segurança também é complexo. Por isso, na sexta-feira (21) uma reunião preparatória ocorreu na SSP (Secretaria da Segurança Pública) com a presença de servidores de segurança e inteligência das esferas municipal, estadual e federal, além de agentes argentinos especializados em eventos esportivos.
A estimativa é de que mais de 10 mil moradores do país vizinho cruzem a fronteira com o Estado já a partir de desta sexta-feira. Para garantir o controle migratório, a PF (Polícia Federal) mantém efetivo reforçado. “A principal porta de entrada de torcedores argentinos deve ser Uruguaiana”, diz o delegado da PF, Alessandro Maciel Lopes.
Outras localidades fronteiriças, como São Borja e Santana do Livramento, também devem servir de acesso aos argentinos com destino a Porto Alegre. “Se o torcedor estiver com qualquer impedimento para entrar no País, será barrado. Nossa preocupação maior é com a extensão da fronteira, que é muito grande. São várias cidades gêmeas, sem nada para separar e, ao natural, deixa o ingresso permeável em algumas regiões”, alertou o delegado.
Reconhecimento facial
A entrada dos torcedores é monitorada desde a fronteira também pela BM (Brigada Militar) e pela PRF (Polícia Rodoviária Federal). A fiscalização ocorre ao longo das rodovias, com revista em ônibus, carros e também em paradouros que servem como ponto de descanso e alimentação aos viajantes.
Em Eldorado do Sul, a 15 quilômetros de Porto Alegre, as comitivas de torcedores estrangeiros são recepcionadas pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. “As ações buscam, além de garantir a segurança de todos os envolvidos no espetáculo, inibir torcedores violentos de ingressar no Estado devido ao forte esquema de segurança”, explica o tenente-coronel Vanius Cesar Santarosa, chefe de Operações da BM.
Em torno da Arena do Grêmio, estádio que sedia a Copa América em Porto Alegre, a segurança também ajusta os últimos detalhes antes da próxima partida. O sistema de reconhecimento facial é um dos aliados para identificar torcedores violentos. Com base em um banco de dados com quase 50 mil informações, o cruzamento de imagens é capaz de identificar, imediatamente, torcedores impedidos pela Justiça de ingressarem em estádios.
Menor número de ocorrências
Olhos humanos treinados também ajudam nessa observação. Integrantes da Direção Nacional de Segurança da Argentina, que participaram da reunião preparatória, estão no Brasil acompanhando os jogos de perto para colaborar com a segurança entre os dois países. “A preocupação é identificar os torcedores que entram de forma ilegal no Brasil e trabalhar com as polícias estaduais para que eles não tirem o brilho da festa do futebol”, explica Gustavo Lugones, integrante da instituição.
As ações preventivas e a constante revisão no planejamento operacional, visando a adequação para a realidade estimada em cada partida, são bem avaliados pelo governo federal. Representante da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) no Estado, o major Marcelo Scapin Rovani prevê que Porto Alegre repetirá os resultados obtidos na Copa do Mundo em 2014 – quando Porto Alegre recebeu da Fifa uma medalha pela organização na competição. “Dentro das áreas de interesse operacional, desde o início das ações, Porto Alegre é a sede com o menor número de ocorrências registradas durante o evento”, elogia.
O jogo entre Argentina e Catar é o ultimo da fase de grupos. A partida que começa às 16h. Na quinta-feira (20), foram quase 40 mil torcedores presentes no jogo entre Uruguai e Japão. O maior público, com exceção dos jogos do Brasil, registrado até agora nesta edição da Copa América.