Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2019
A estimativa de alta da subvenção para R$ 1 bilhão no próximo ano nos seguros agrícolas tende a diminuir o valor das apólices, que atualmente varia entre 3% a 15% do custo de produção. O experimento com cultivos de inverno, prejudicados por problemas climáticos ou de mercado, levou os produtores a decidirem proteger toda a lavoura de soja da próxima safra. Serão 120 hectares cobertos: cem por apólice particular e 20 pelo Proagro, seguro público destinado a atender pequenos produtores. Com a medida, terão o equivalente a 45 sacas por hectare garantidos antes mesmo do plantio. A capacidade é bem inferior as 75 sacas colhidas por hectare na safra passada, mas o bastante para evitar o endividamento em caso de intempéries que possam prejudicar as safras.
Acostumados a conviver com instabilidades do tempo, os produtores rurais da Região Sul respondem por 67% das contratações no Brasil com subvenção, diferença paga pelo governo federal na contratação da apólice. Somente o Rio Grande do Sul centraliza 21% do mercado brasileiro, com 13.515 apólices em 2018. O Paraná lidera com 38%.
O número de beneficiados deverá ser ampliado. Há, ainda, as contratações sem apoio do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), atualmente parte significativa do mercado. Para 2020, o Palácio do Planalto prometeu triplicar o atual volume de recursos, chegando a R$ 1 bilhão. Nos últimos quatro anos, o valor médio liberado ficou em R$ 370 milhões. Em 2014, quando a subvenção chegou a quase R$ 700 milhões, o número de apólices bateu recorde no país desde 2006, quando teve início o PSR.
O aumento do subsídio a partir de 2020 busca justamente expandir o número de agricultores beneficiados, ampliando a cobertura no país. Para a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o montante necessário para a subvenção seria de, pelo menos, R$ 2 bilhões. Do total da área agrícola brasileira, estima-se que de 10% a 15% tenha algum tipo de proteção. Com 8,7 milhões de hectares de grãos cultivados, somando culturas de verão e inverno, o Rio Grande do Sul teve apenas 591 mil hectares cobertos com algum mecanismo de proteção na última safra, o correspondente a 6,7% da área total.