Seis em cada dez servidores públicos federais afirmam já ter observado, em algum momento de suas carreiras, um colega de trabalho agir de forma antiética. Embora 38% deles acreditem que atualmente não sejam cometidos atos contrários à ética pública nos órgãos em que atuam, quase metade (47,6%) julga que há, sim, nos locais onde estão lotados, quem ainda incorra em práticas ilícitas.
Os dados constam em uma pesquisa sobre ética e corrupção no serviço público federal divulgada pelo Banco Mundial nesta quinta-feira (11). Realizado em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União), Ministério da Economia e Escola Nacional de Administração Pública, o estudo consultou, de forma remota, mais de 22 mil servidores em todo o Brasil.
Entre os 58,7% dos entrevistados que responderam já ter presenciado outro servidor cometer ato antiético, os relatos mais frequentes são de casos em que alguém se valeu do cargo público para obter vantagens para amigos ou parentes ou deixou de cumprir leis, normas ou regras por pressão de seus superiores hierárquicos.
Além disso, 33% dos entrevistados afirmaram ter sofrido, nos últimos três anos, algum tipo de pressão para flexibilizar regras e procedimentos organizacionais, ignorar atos indevidos ou compartilhar informações de acesso restrito.