Pelo menos seis superiates ligados a oligarcas russos sancionados pelo Reino Unido “desapareceram” dos mapas globais de rastreamento usados para localizar o tráfego marítimo. Os proprietários das embarcações sofreram punições após a invasão da Ucrânia por tropas da Rússia, em 24 de fevereiro deste ano.
Outros 13 desses superiates avaliados, ao todo, em mais de R$ 11,9 bilhões, já foram apreendidos desde o começo da guerra. As embarcações foram retidas em países como França, Itália e Fiji. Os proprietários desses iates têm em comum o fato de serem pessoas próximas do presidente da Rússia Vladimir Putin.
De acordo com o The Guardian, os iates ligados a oligarcas russos estão desligando o equipamento do sistema de identificação automática (AIS) usado para rastrear grandes embarcações. O sistema pode ser desligado por motivos legítimos, mas especialistas acreditam que algumas embarcações querem evitar a detecção.
Entre os iates que “sumiram” está o Alfa Nero, avaliado em R$ 567 milhões. A embarcação foi vista ancorada na semana passada em Antígua, no Caribe. No entanto, o barco de luxo sumiu dos sistemas de rastreamento oceânico desde o começo da guerra.
Ligado ao industrial Oleg Deripaska, o superiate Clio parou de transmitir sua localização em 18 de abril, quando estava no Mar Negro, segundo o The Guardian. O Galactica Super Nova, ligado ao oligarca Vagit Alekperov, ex-presidente sancionado da Lukoil, sumiu dos mapas de monitoramento em 2 de março na costa croata.
Existem cerca de 9.300 superiates nos mares de todo o mundo, avaliados em R$ 298,7 bilhões, segundo dados da indústria naval publicados pelo The Guardian. Estima-se que 10% dessa frota seja de propriedade de russos.