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Seleção Brasileira: hora da virada para Dorival Júnior. Ele ganha moral após vencer o Chile, mas precisa mostrar algo mais até a Copa do Mundo

A vitória sobre o Chile foi a quinta da Amarelinha desde a chegada do treinador.(Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

Contra o Chile, Dorival Júnior se recuperou no comando da Seleção, após uma Data Fifa em que sofrera a primeira derrota desde que assumiu a equipe em janeiro deste ano. Com gols dos alvinegros Igor Jesus e Luiz Henrique, o Brasil venceu por 2 a 1, de virada, em Santiago, e chegou à quarta posição nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Foi o quinto triunfo da Amarelinha desde a chegada do treinador.

Ex-comandante do São Paulo, Dorival recebeu o convite de Ednaldo Rodrigues para assumir o Brasil, após a recusa de Carlo Ancelotti, que renovou seu contrato com o Real Madrid. Nesse período à frente da Seleção, foram 11 partidas, com cinco vitórias, cinco empates e apenas uma derrota – diante do Paraguai, em setembro.

Apesar do bom retrospecto, Dorival ainda enfrenta dificuldade de extrair o melhor futebol da Seleção, tanto no aspecto ofensivo quanto no defensivo. O desempenho na Copa América não empolgou o torcedor e o Brasil foi eliminado nas quartas de final, com uma vitória e três empates (sem furar a defesa adversária em duas ocasiões). Além disso, das 11 partidas, em sete a Seleção foi vazada ao menos uma vez.

“Uma renovação não é simples. Contra o Chile, tivemos quatro jogadores que finalizaram a última partida da Copa e isso tem um peso considerável. Não estamos com a estrutura que foi montada para a Copa anterior. Isso dificulta um pouco mais esse encontro de equilíbrio com a jovialidade dos meninos, além da experiência de alguns”, disse Dorival.

“Essas oscilações acontecem por isso e continuarão acontecendo, temos que ter paciência. Teremos equipe muito forte daqui a dois anos, mas passaremos algum aperto até lá”, acrescentou o treinador, após o duelo contra os chilenos, em Santiago, com uma vitória que valeu apenas pelo resultado – o Brasil teve desempenho sofrível diante de um frágil adversário.

Chama a atenção o fato de Dorival ter um repertório tão escasso e de fazer opções conservadoras nas substituições. O time é estático, travado e quase nada cria a partir do meio-campo. Quando recorre ao banco de reservas, ele arrisca pouco, fazendo a famosa troca de seis por meia-dúzia. É verdade que as opções também não são muito vastas, mas já houve tempo suficiente para render mais.

Diante do Chile, o Brasil teve o controle da bola – muito também pelo fato de ter levado um gol logo de cara. No entanto, os passes quase sempre eram laterais, entre zagueiros e volantes. Mesmo com tanta dificuldade, a Seleção conseguiu a virada, em lances individuais de Savinho e Luiz Henrique, com o oportunismo de Igor Jesus. O triunfo pelo menos traz momentânea tranquilidade ao elenco e ao técnico.

Há muito o que melhorar para que a Seleção apresente um futebol no mínimo de bom nível. E aí está o problema. Até aqui, Dorival pouco conseguiu acrescentar de positivo, a exemplo da frustrada passagem do antecessor Fernando Diniz. Para se classificar ao Mundial de 2026, esse futebol é suficiente, o que se constata com o atual quarto lugar. Porém, para voos mais altos, será preciso correr contra o tempo. (Opinião/Jornal O Dia)

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