Sexta-feira, 25 de abril de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Sem acordo com bancos, Americanas apresenta seu plano de recuperação judicial

Compartilhe esta notícia:

O grupo Americanas é responsável pelo maior esquema fraudulento da história do mercado financeiro no Brasil. (Foto: Reprodução)

A Americanas entregou à Justiça do Rio de Janeiro seu plano de recuperação judicial, no qual propõe um aporte de 10 bilhões de reais pelos acionistas de referência e a venda de uma série de ativos, incluindo o hortifruti Natural da Terra.

O valor da injeção de capital pelo trio de acionistas de referência da empresa, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, é igual ao apresentado pela Americanas aos credores financeiros no início deste mês, quando não se chegou a um acordo, segundo a companhia.

No plano, também consta a conversão da dívida em ações até o limite de 10 bilhões de reais e a possibilidade de um leilão reverso até o limite de 2,5 bilhões de reais, de acordo com o jornal O Globo.

A companhia havia divulgado anteriormente uma proposta a credores que incluía a conversão de dívidas financeiras de cerca de 18 bilhões de reais, parte em capital e parte em dívida subordinada, e, adicionalmente, uma recompra de dívida de 12 bilhões de reais.

A Americanas ainda prevê no plano a venda de ativos, como a Uni.co, dona de marcas como Puket e Imaginarium, o hortifruti Natural da Terra, e a participação na joint venture Vem Conveniência, disse o jornal.

Em fevereiro, a Americanas chegou a dizer que não estava negociando a venda do Natural da Terra.

Além disso, a Vibra, sócia da Americanas na Vem Conveniência, disse no final de janeiro, após a revelação do rombo contábil de cerca de 20 bilhões de reais pela varejista, que decidiu encerrar a parceria. A Americanas na ocasião se disse surpresa pela medida.

Fontes próximas ao processo de recuperação judicial da empresa disseram à Reuters nesta segunda que a dívida do grupo Americanas é maior do que a inicialmente prevista e chega a cerca de 50 bilhões de reais.

A Americanas disse não ter informação sobre a entrega do plano de recuperação judicial e o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro disse mais cedo que não havia registro de apresentação do plano.

Trégua

A Americanas busca uma trégua na Justiça com seus principais bancos credores, que têm mais de R$ 16 bilhões em empréstimos com a rede de varejo. No fim da semana passada, a empresa pediu, juntamente com o BTG, uma suspensão de 30 dias na tramitação de um conflito de competência aberto em janeiro a pedido do banco. A intenção é buscar essa bandeira branca em todos os demais processos e há bancos interessados no tratado. O Bradesco, por seu lado, tem se mostrado mais resistente.

Pelo menos mais um banco credor já sinalizou que pode dar uma trégua, de acordo com fontes. Isso depois de o BTG, um dos que primeiro partiram para o ataque na Justiça – e sem meias palavras, ao menos nas primeiras petições, classificou a operação da varejista como fraude e o modelo de negócios dos três sócios principais como “baseado em fraude” –, ter aceitado a suspensão da tramitação do conflito.

O Bradesco, maior credor, não parece inclinado a essa pacificação. Ainda hoje o banco pediu à Justiça que siga com as perícias que foram aprovadas. A Americanas conseguiu suspender a ordem de busca e apreensão dos e-mails institucionais da empresa, bem como eventuais documentos que tenham sido confeccionados por seus advogados.

Essa suspensão de 30 dias na tramitação com o BTG não indica um acordo em relação às dívidas da companhia com as instituições financeiras. Ao contrário, as conversas seguem sem acordo. Nesse quesito, as negociações avançaram a partir da proposta de injeção de R$ 10 bilhões dos acionistas de referência: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. No entanto, ainda não foi fechado um valor que agrade a todos. Os bancos, que antes pediam R$ 15 bilhões, agora se veriam atendidos na faixa de R$ 12 bilhões, proposta que ainda não veio.

Enquanto o acordo definitivo não sai, a trégua na Justiça é uma sinalização de paz e de um clima menos belicoso entre as partes. Além disso, mostraria, da parte dos bancos, uma movimentação de não querer ficar para trás em eventuais arranjos que beneficie uma instituição financeira e não outra.

tags: em foco

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Mercado financeiro reduz a estimativa de inflação para este ano no País
Imposto de Renda 2023: veja como declarar a pensão alimentícia
https://www.osul.com.br/sem-acordo-com-bancos-americanas-apresenta-seu-plano-de-recuperacao-judicial/ Sem acordo com bancos, Americanas apresenta seu plano de recuperação judicial 2023-03-20
Deixe seu comentário
Pode te interessar