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Por Redação O Sul | 9 de fevereiro de 2018
Os Estados Unidos enfrentam nesta sexta-feira (09) uma nova paralisação administrativa em menos de um mês. Embora o Senado tenha aprovado o orçamento, a Câmara ainda não votou a matéria. As contas do governo estão congeladas, o que provoca um “apagão” administrativo no país.
A segunda paralisação do governo teve início à meia-noite, no horário local (3h no horário de Brasília), quando expirou o projeto de curto prazo aprovado em 22 de janeiro e que deu fim ao primeiro “shutdown” enfrentado pelo presidente Donald Trump.
Durante o congelamento das contas dos EUA ocorrido em outubro de 2013, quase 800 mil funcionários públicos foram orientados a permanecer em casa. Neste ano, a medida pode afetar até 850 mil pessoas. O Senado aprovou, nesta madrugada, após longa discussão e até um bloqueio do senador Rand Paul, o orçamento para os próximos dois anos, faltando agora o sinal verde da Câmara Baixa, que permitiria a reabertura do governo, em fechamento parcial administrativo.
A proposta aprovada no Senado passa agora pela Câmara dos Representantes para permitir uma rápida reabertura do governo e dessa forma limitar as consequências do fechamento. O bloqueio de Paul é baseado em aspectos técnicos e não em uma maioria legislativa e segue em discussão. Por isso, a paralisação deve durar pouco, segundo a imprensa norte-americana.
Na tarde de quarta-feira (07), o líder republicano no Senado, Mitch McConnell (Kentucky), e o líder democrata, Chuck Schumer (Nova York), divulgaram um acordo que estende o financiamento ao governo por mais dois anos e amplia os gastos do governo em quase US$ 300 bilhões nesse período. O orçamento militar cresceria US$ 165 bilhões nesses dois anos, enquanto a receita de outros programas domésticos teria expansão de US$ 131 bilhões.
No entanto, a proposta sofreu forte oposição do senador republicano Rand Paul. Ele se posicionou de forma contrária à medida e fez um discurso de mais de duas horas no plenário do Senado, protestando contra o acordo. Paul disse ser importante frisar que o acordo pode aumentar o déficit federal em até US$ 1 trilhão.
Em janeiro, o governo dos EUA enfrentou uma paralisação de três dias por falta de fundos porque republicanos e democratas não aprovaram o orçamento. Os republicanos, que dominam o Senado e a Câmara, querem um orçamento para 2018 que aumente os gastos militares, uma promessa de campanha de Trump, que considera que as Forças Armadas têm equipamentos insuficientes após mais de 16 anos de guerra ininterrupta.
Mas, para um novo acordo temporário ou permanente, a oposição democrata exige em troca de seu voto uma solução para os “dreamers”, jovens que entraram no país ilegalmente quando eram crianças. Eles correram risco de deportação após Trump revogar, em setembro do ano passado, o programa Daca da era Obama que lhes garantia residência temporária. Na semana passada, a Justiça suspendeu a decisão de revogar o programa, porém o futuro desses jovens segue indefinido.
Um projeto de lei de financiamento provisório foi aprovado no dia 22 de janeiro, colocando fim à paralisação, depois que democratas e republicanos concordaram em discutir uma nova lei de imigração até o dia em que expirava o orçamento provisório, 8 de fevereiro.