Candidatos a cargos no Executivo não precisam prestar concurso. Basta ter nacionalidade brasileira; filiar-se a um partido político; possuir domicílio eleitoral na região onde concorrem e estar no pleno exercício dos direitos políticos. O resto vai por conta do visual e das propostas, muitas vezes inviáveis. Podem ser amadores. Porém, um experiente observador da política brasileira diz e repete: “Amador bem sucedido, só o Aguiar”. Referência ao gênio do Bradesco. Em 1926, Amador Aguiar começou como office boy e em 1969 assumiu a presidência da grande instituição bancária.
Bate e rebate
A conversa diária com simpatizantes na porta do Palácio da Alvorada é a tática do presidente Jair Bolsonaro para se contrapor ao noticiário que lhe é desfavorável. Cada encontro matinal vira uma panela de pressão. Os repórteres entram de carona e aproveitam brechas para provocações, sabendo que nada fica sem resposta. Quando a repercussão do que diz não é boa, volta atrás e pede desculpas, como fez ontem, durante encontro com jornalistas.
Nenhum outro presidente teve os mesmos hábitos.
Agora é tarde
A reação de indignação dos que recebem o carnê do IPTU torna-se grande. A quantidade é inversamente proporcional à presença de contribuintes nas galerias da Câmara Municipal de Porto Alegre, a 30 de abril deste ano, quando o projeto de aumento brutal foi debatido e aprovado. O Executivo encontrou campo livre para convencer vereadores.
Dão exemplo
Os cobradores de ônibus sabem que tudo flui em duas mãos. Sob risco da perda de empregos, em consequência de uma lei que será votada, pressionam os vereadores nas galerias da Câmara Municipal de Porto Alegre. Por enquanto, obtêm vitória parcial.
Antes e depois
A cada dois anos, o eleitor supõe que sabe em quem está escolhendo. Nem sempre é assim.
Não enganam
Nos Legislativos, o que seus integrantes chamam de negociações com o Executivo têm outra interpretação dos eleitores: é arranjo do toma lá dá cá.
Vaias sem parar
Grupos de servidores públicos, contrários ao governador Eduardo Leite, vão acompanhá-lo em eventos públicos daqui para frente, como fizeram ontem em Capão da Canoa.
Mais um Estado
A Proposta de Emenda à Constituição, que reforma a Previdência dos servidores estaduais de Goiás, foi aprovada em sessão extraordinária realizada ontem. Placar: 26 votos favoráveis e 14 contrários.
O debate havia sido suspenso por liminar na quinta-feira, mas o Supremo Tribunal Federal derrubou a decisão e o texto voltou a tramitar.
Quantidade e pouca qualidade
Há anos, espalharam-se no país fábricas de diplomas. Governantes passaram a se vangloriar por expandir as matrículas, o que não passou, em grande parte, de falácia. Ficou comprovado que o mais difícil não é a entrada do aluno na faculdade, mas garantir que ele saia bem formado, com todas as competências para o desempenho profissional de qualidade.
Lições de conivência
O lado cruel do ensino em faculdades, sobretudo as privadas: 1) o Ministério da Educação não penaliza suficientemente as que têm mau desempenho; 2) alunos pagam mensalidades com sacrifício. Após a formatura, constatam que foram vítimas de engodo; 3) a denominação ensino superior merece, em muitos casos, mudar para baixo ensino.
Bateu na trave
Território plano, grande produtor de alimentos, petróleo abundante, população pequena e centro cultural de nível europeu. São alguns dos atributos da Argentina, país que tinha tudo para dar certo. Caiu na conversa do populismo, patrocinador da corrupção. Hoje, grande parte da população vive as agruras da pobreza.
Há 30 anos
A 22 de dezembro de 1989, o presidente eleito Fernando Collor disse, na primeira entrevista à Imprensa, que não admitia antecipar a posse, marcada para 15 março.
Ainda bem. Todos lembram do estrago que provocou após assumir.
Voz da experiência
O presidente da Constituinte, Ulysses Guimarães, costumava dizer: “O bom político costuma ser mau parente.”
Os fatos nunca desmentiram.