As 35 metas prioritárias para os 100 primeiros dias, apresentadas ontem pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, equivalem a uma lista para cobrança de resultados imediatos em áreas do governo federal.
Destacam-se itens vinculados à Controladoria-Geral da União: o Comitê de Combate à Corrupção e o Sistema que vai capacitar servidores das unidades de gestão da integridade e monitoramento para alcançar o objetivo. No comando dessas ações, ninguém mais capacitado do que o ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Acrescenta-se a definição de critérios para escolha de dirigentes de instituições financeiras públicas. A nomeação não pode ser prêmio para candidatos que não se elegeram, como tantas vezes ocorreu. Serão tomadas como base as exigências hoje existentes para bancos do setor privado. O relógio começou a correr e a verificação se dará a 10 de abril.
Agora vai
Fora das fronteiras do país, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a diminuir a carga tributária, uma das mais intrincadas e maiores do mundo, além de simplificar a burocracia, que cria dificuldades imensas para quem se dispõe a empreender. Já é de conhecimento de investidores estrangeiros a gincana que precisam enfrentar no Brasil.
Assessores do Ministério da Economia demonstraram a Bolsonaro que a arrecadação aumentará se as medidas de bom senso forem adotadas, sem o medo que gestões anteriores tiveram.
Faz parte
Alguns partidos querem que o governo federal fique afastado da eleição à presidência do Senado. Se isso vier a acontecer, será a primeira vez na História. O jogo político nunca fixou limites.
A desafiante
Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, é a aposta mais forte para derrotar Renan Calheiros na eleição à presidência do Senado. Caso vença, vai se tornar a primeira mulher na História a ocupar o cargo. Simone tem defendido a independência e a autonomia, que Renan não tem condições de garantir.
Dado considerável
Os assalariados têm o que comemorar: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, que mede a inflação oficial, ficará em 0,3 por cento neste mês. É o menor resultado para janeiro desde a criação do Plano Real, em 1994.
Fase dos testes
Até o final de fevereiro, vamos conhecer a capacidade dos novos governos de resistir às pressões das oligarquias. A tática é sempre a mesma: empreguismo desenfreado, favorecimento de amigos e correligionários, mordomias e ostensivos privilégios aos que circundam o poder.
Desconfiança vem de longe
A delação premiada de Antonio Palocci, que envolve o ex-presidente Lula, provoca reações de surpresa e extremo descontentamento entre filiados do PT. Ontem, um grupo conversava no Centro de Porto Alegre, apontando que a desconfiança vinha de longe. No discurso de posse como ministro da Fazenda, em janeiro de 2003, Palocci fez um reconhecimento ao antecessor, ressaltando que teria a satisfação de preservar a herança de Pedro Malan. Até março de 2006, quando deixou o cargo, rejeitou a tentação de atalhos utópicos para a realização de metas programáticas do governo. Quer dizer, seguiu em boa parte a cartilha que desagradava ao PT.
Foi dada a largada
Começam em Passo Fundo as tratativas para a busca de apoio do prefeito Luciano Azevedo, do PSB, que se reelegeu em 2016 com 76,22 por cento dos votos. O secretário municipal do Desenvolvimento, Carlos Eduardo Lopes da Silva, também do PSB, aparece como cotado. A lista de candidatos tem Márcio Patussi e o ex-prefeito Airton Dipp, ambos do PDT; Gabriel Toson, do PSD, que deve entrar no PSL; Patric Cavalcanti, do DEM; Rodonei Candeia, do PP, e o reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul, Jaime Giolo, do PT.
Não muda
A política do caciquismo e do raposismo costuma usar a mesma receita: algumas promessas, retórica sedutora e até uma pitada de ódio.