Maria Dolores Silvina Carlos, ou carinhosamente Vó Dolores. Uma senhora de corpo franzino, pele negra e o sorriso inocente de uma criança, fala pouco da sua história e tem como companheira inseparável uma boneca a qual chama de Jacira.
Vaidosa, ela não abre mão de tiaras, brincos, pulseiras e um esmalte bordô nas unhas. A sua “filhinha” também está sempre impecável. Vó Dolores vive há mais de 10 anos com outros 63 idosos em um de Teresina (Piauí), onde ganhou uma festa organizada por amigos para comemorar seus 105 anos de vida.
Sobre família, ela diz “não ter ninguém no mundo”. Vó Dolores não tem tantas lembranças da infância, mas ao ser questionada sobre sua juventude diz que gostava de “dançar e namorar”. Casamento foi apenas um, que segundo ela, durou seis anos. “Era mulherengo”, define o ex.
Os olhos da idosa revelam qualidades e virtudes de uma mulher que saiu do Goiás a pé na década de 1950 e, de carona em carona foi parar no Piauí. Quem a conhece, diz que sua alma é transparente, é uma mulher honesta e guarda muito amor pelos animais.