A administração do bar onde um casal gay de brasileiros foi espancado em Lisboa, capital de Portugal, na semana passada, fez um post em seu perfil no Instagram para falar sobre o ocorrido na noite de segunda-feira (29). Sem mencionar diretamente o espancamento, a nota cita “cenas de violência física no exterior do espaço” e diz que vai apurar o fato.
“Depois de encerrado o Titanic, verificaram-se cenas de violência física no exterior do espaço, que acabaram com o apedrejamento e consequente destruição das portas de vidro da esplanada. O Titanic já comunicou a ocorrência à polícia e vai envidar todos os esforços para que este tipo de situação, que consideramos ser de extrema gravidade, não se volte a verificar”, diz trecho da nota.
As agressões aconteceram na madrugada do dia 22 de maio. Em vídeo enviado ao portal de notícias G1, o alagoano Jefferson Gomes Tenório, de 29 anos, relatou as agressões sofridas com o seu companheiro, o cearense Luís Almeida.
Toda a confusão começou no momento em que o casal e uma prima deles iam embora. O bar já estava fechando e Jefferson voltou para usar o banheiro. Como ele demorou, Luís tentou entrar para buscá-lo, mas foi impedido pelos seguranças. O casal relata que os seguranças começaram a empurrá-lo e que Jefferson e a prima de Luís foram agredidos ao tentar defendê-lo.
Revoltado com as agressões, Jefferson admitiu que jogou uma pedra na frente do local, quebrando um vidro da fachada do bar. Neste momento, as agressões se intensificaram. “Começou, então, uma cena de horror na qual eu fui afogado no rio Tejo, torturado e agredido. A todo momento eles gritavam que iam me matar. Só pararam quando a polícia chegou”, relatou.
A nota do bar cita a depredação da fachada, mas não a reação dos seguranças, e diz que tem as gravações de tudo o que aconteceu. “O Titanic tem as filmagens das câmaras dentro do espaço e na zona da esplanada onde ocorreram estes incidentes e vai fazer o seu papel para apurar responsáveis. Condenamos todo e qualquer tipo de violência”.
Com o nariz fraturado, Jefferson precisou ser levado ao hospital e passar por cirurgia”. Para o casal, as agressões podem ter sido motivas por homofobia ou xenofobia. O bar, contudo, nega qualquer ato motivado por preconceito.
“Ao longo dos vários anos da sua atividade, sempre promoveu a diversidade e a tolerância que a música e outras atividades artísticas, no seu melhor, permitem e enaltecem. Temos no nosso currículo variadíssimos eventos de artistas de toda a proveniência, incluindo anos com samba e forró a ocorrerem até hoje todas as semanas. Temos também várias festas na nossa história afectas a cultura e ao próprio movimento LGBTQI+, incluindo várias no nosso futuro. Trabalhamos com amor pela pessoa próxima e pela música, tratamos todos os que vêm por bem por igual. Assim continuará”, encerra o comunicado.
Com medo de novos episódios de violência, o casal deixou a capital de Portugal e espera que a polícia investigue e puna os responsáveis pela violência sofrida. As informações são do portal de notícias G1.