Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2020
Pasta segue sob o comando do interino, Eduardo Pazuello.
Foto: Júlio Nascimento/PRHá 51 dias sem ministro titular na Saúde – e com Eduardo Pazuello como interino -, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) continua omitindo, desde a saída de Nelson Teich, os números totais de mortos por coronavírus em redes sociais.
As publicações do governo no Twitter e Facebook favorecem a divulgação de “brasileiros salvos”, “em recuperação” e indica o número total de casos, com rankings comparativos com outros países. Já o indicativo de mortes apresenta o número de óbitos por milhão, e não os dados totais.
O Brasil é o segundo país com mais mortes por coronavírus, atrás apenas dos EUA, mas no índice de mortes por 1 milhão, divulgados nas redes pelo governo, aparece em 15º.
Em junho, o governo passou a atrasar a divulgação dos dados. À época, Bolsonaro chamou a TV Globo de “TV funerária” e disse “acabou matéria no Jornal Nacional”. Na ocasião, o Ministério da Saúde mudou a forma de apresentar os dados totais de casos confirmados, mortes e curvas de infecção por região —a pasta começou a mostrar apenas os dados referentes às últimas 24 horas, omitindo os registros totais.
Os números voltaram a ser divulgados após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Essas informações são divulgadas diariamente nas redes sociais pelo “Placar da Vida” do governo federal. O novo formato foi criado após o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) dizer que os veículos de imprensa “só mostram caixão”, em abril. A partir de 18 de maio, as postagens do Ministério da Saúde compartilham nas redes esses informativos.
Os dados encaminhados diariamente à imprensa e publicados no portal do governo mantêm os indicadores de óbitos totais e aumento nas últimas 24 horas.
Anteriormente, os dados divulgados indicavam o total e os novos casos de óbitos registrados nas últimas 24 horas. Esse tipo de informação era divulgado anteriormente pelo governo e é utilizado nas publicações da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Sem titular
É a primeira vez desde 1953 que o ministério fica tanto tempo sem um titular. Naquele ano, Antônio Balbino comandou de agosto a dezembro a pasta interinamente, enquanto também era chefe do Ministério da Educação (MEC). As duas pastas haviam acabado de se separar.
Em 2020, o general Eduardo Pazuello foi pinçado do “banco de talentos” das Forças Armadas para entrar no Ministério da Saúde. Primeiro, ele ocupou o cargo de secretário-executivo na gestão de Teich. Neste período já era apontado por secretários locais como o verdadeiro ministro da Saúde. Com a saída do titular, passou a ocupar o cargo de interino.
Outro lado
O Ministério da Saúde informou que publica diariamente em suas redes sociais o link do “Painel Cornavírus”. O endereço direciona para página covid.saude.gov.br, que apresenta os relatórios completos e todas informações da doença no país.
“Diariamente, as informações sobre casos e óbitos também são enviadas por lista de transmissão a mais de 500 jornalistas assim que o boletim do dia é consolidado. Os dados também são publicados na página principal do site do Ministério da Saúde.
A pasta, assim, vem garantindo transparência sobre os dados disponíveis sobre a doença e sua distribuição em território nacional”, informou, em nota.
“Diariamente, as informações sobre casos e óbitos também são enviadas por lista de transmissão a mais de 500 jornalistas assim que o boletim do dia é consolidado. Os dados também são publicados na página principal do site do Ministério da Saúde”, completou.