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Sem Neymar, Seleção Brasileira inicia ciclo que pode ser marcado por passagem de bastão

Casos de preconceito contra atletas aumentam 40% no Brasil. (Foto: Reprodução/Twitter)

Os 23 convocados pelo técnico Ramon Menezes se apresentaram, em Tânger, no Marrocos, para iniciar os preparativos para o amistoso contra a seleção local, no próximo sábado (25). Os destaques ficam para os rostos novos (foram dez chamados pela primeira vez) e, claro, para a ausência de Neymar, que se recupera de uma cirurgia no tornozelo direito e não joga mais até o meio de 2023.

A falta do principal nome da equipe nos últimos anos joga os holofotes para Vinícius Júnior. De uma forma bastante simbólica, inclusive. No primeiro compromisso do ciclo da Copa de 2026, o atacante do Real Madrid assume o papel de líder num momento em que se mostra pronto para herdar do camisa 10 o protagonismo com a Amarelinha.

Vini Jr nunca assumiu o protagonismo durante a Era Tite. Primeiro porque Neymar era a liderança técnica incontestável. Além disso, pelo fato de que o próprio ex-jogador do Flamengo não estava pronto. Vale lembrar que seu começo no Real Madrid foi de muita oscilação e que, na própria seleção, ele só assumiu a titularidade na ponta esquerda no ano passado. Mas sua ascensão no clube espanhol indica que o momento chegou.

Os números do brasileiro mostram como ele já não sente mais o peso de ser um dos líderes (ao lado de Benzema e de Modric) do Real. Ele está cada vez mais decisivo na Liga dos Campeões e nos demais jogos de mata-mata, que possuem um componente emocional maior. Em sua primeira temporada (2018-19), ainda visto como um garoto, registrou dois gols e oito assistências em 13 partidas (11 como titular) de Champions, Copa do Rei e Mundial de Clubes.

A partir da segunda, entretanto, sentiu o peso da expectativa maior sobre ele. Na temporada 2019-20, foram só dois gols e duas assistências em nove partidas decisivas (cinco como titular). Na seguinte (2020-21), apenas três gols e uma assistência em 14 jogos deste tipo (em nove ele começou jogando).

O desabrochar veio na temporada passada (2021-22), quando Vini marcou cinco vezes e deu seis assistências em 17 confrontos (todos como titular). A coroação foi o gol sobre o Liverpool, na grande final da Liga dos Campeões, que deu o título para sua equipe.

Na atual temporada, ele confirma o amadurecimento sendo mais uma vez um dos jogadores mais decisivos de sua equipe. Até o momento, são 11 gols e seis assistências para o Real em 16 jogos por Champions, Mundial de Clubes (no qual foi eleito o craque da competição), Supercopas europeia e espanhola, além da Copa do Rei. Uma contagem que tende a crescer, tendo em vista que os merengues seguem vivos na principal competição do continente.

A título de comparação, os números de Vini nas duas últimas temporadas se aproximam dos de Neymar nestes mesmos tipos de jogos em seu auge no Barcelona. Em 2014-15, ele marcou 17 vezes (sem assistências) em 18 partidas. Em 2015-16, foram sete bolas nas redes e oito passes para gol em 15 confrontos. Já na seguinte (2016-17), marcou sete e assistiu aos companheiros dez vezes em 15 duelos.

Mas, enquanto Vini ascende, Neymar está em queda. Nas duas últimas temporadas, a capacidade de decidir jogos importantes já não tem sido a mesma para o camisa 10 do Paris Saint-Germain. Em 2021-22, ele só participou de seis jogos de Liga dos Campeões. Não marcou nenhum gol e só deu duas assistências.

Já na atual, Neymar ensaiou uma reação. Marcou cinco gols e deu cinco assistências em seis compromissos do PSG pela Champions, dois pela Copa da França e mais um pela Supercopa. Mas a grave lesão no tornozelo direito acabou com sua temporada.

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