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Sem novas receitas, governo já admite déficit para este ano

O ministro Aloizio Mercadante e Dilma Rousseff. A prioridade do governo agora será aprovar as medidas da segunda fase do ajuste fiscal para sinalizar que será possível cumprir a meta de 2016 (Foto: Reprodução)

A equipe econômica da presidenta Dilma já trabalha com o cenário de repetir, neste ano, déficit nas contas públicas em vez do prometido superávit de 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto). A prioridade do governo agora será aprovar as medidas da segunda fase do ajuste fiscal para sinalizar que será possível cumprir a meta de 2016, fixada em 0,7% do PIB.

Segundo assessores presidenciais, a perspectiva de um novo rombo no ano que vem precipitaria a perda do grau de investimento por parte da Moody’s e da Fitch, agências de classificação de risco que ainda dão ao Brasil o selo de bom pagador – a Standard & Poor’s já rebaixou o País.

Se isso acontecer, avaliam assessores, a crise econômica vai piorar e agravar a crise política. A prioridade, portanto, será evitar a queda dos vetos presidenciais a itens que aumentam os gastos públicos nos próximos anos e aprovar medidas que garantam o superávit para 2016.

Em relação a 2015, o governo avalia que não há espaço para melhorar. Segundo técnicos, apesar de cortes de mais de 80 bilhões de reais, a arrecadação foi frustrada pela crise e a contínua elevação de gastos obrigatórios, como aposentadorias.

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) ainda não admite oficialmente que haverá déficit neste ano, mas classifica 2015 como ano de transição e diz estar focado em 2016. Uma última opção para chegar ao menos a um resultado zero nas contas públicas em 2015 é um novo corte no Orçamento. Mas o próprio governo afirma que será difícil reduzir mais as despesas.

Entre as barreiras para o cumprimento da meta deste ano está o atraso na regularização de dinheiro irregular no exterior. A expectativa era arrecadar 11,4 bilhões de reais com a taxação desses recursos, mas, se for aprovada, isso acontecerá apenas em novembro ou dezembro. O governo também adiou a venda de participações na Caixa Seguridade, por causa do cenário ruim na economia. (Folhapress) 

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