Faço uma breve revisita aos assuntos da semana. Uma repassada – sem passar o pano.
Chegou aos olhos e aos ouvidos da Inteligência do governo que certos setores do bolsonarismo andam se movimentando para agitar o Sete de Setembro que se aproxima. Não surpreende. Essa gente se apropriou dos símbolos nacionais como a bandeira, e querem tomar para si também a data nacional. Só por essas atitudes já deveriam merecer, isto sim, o repúdio nacional.
Mas não creio que desta vez eles terão a folga que usufruíram em 8 de janeiro. O governo já está bem mais estruturado, todos nós já sabemos do que os “patriotas” são capazes quando se reúnem para manifestações. Além disso, o Exército parece ter aprendido a lição e não existem mais os acampamentos ao redor dos quartéis. Antes as nossas briosas forças armadas não notaram o viés golpista daqueles ajuntamentos. Ou notaram e por isso não fizeram nada?
Mas os efeitos nefandos do janeiraço ainda persistem. Em Porto Alegre um vereador da cidade fez aprovar na Câmara Municipal a criação do Dia do Patriota, escolhendo a data de 8 de janeiro para a “comemoração”. Era o que faltava, mas não vai colar.
Vira e mexe, o enxofre do imposto sindical invade os ares, vindo de onde é mais óbvio. Desta feita, quem sugere o ressurgimento é o ministro do Trabalho, o notório Luiz Marinho(PT). Eles não gostam que chamem de “imposto sindical”. Mas imposto é. Porque o que eles querem – mesmo, de verdade – é uma contribuição voluntária porém obrigatória, se me entendem.
O deputado Aécio Neves às vezes volta ao noticiário. Ele provocou o presidente Lula, que havia instado o povo brasileiro a pedir desculpas a Dilma Rousseff pelo impeachment.
O que me chamou a atenção foram os comentários de leitores na Folha. A maioria era de petistas, dizendo que Aécio era corrupto e não tinha moral para falar de Dilma. Ora, Aécio – que não é meu personagem predileto – é tão ou mais inocentado pela Justiça quanto Lula. Assim, a Justiça que inocentou Lula foi honorável e justa. Porém se a mesma Justiça inocentou Aécio isso não importa: ele continua sendo corrupto.
O PT está buscando uma forma de compensar Dilma pelo impeachment. Uma ideia: a devolução simbólica do mandato presidencial que lhe foi retirado. Tudo bem, sendo simbólico não vai doer. Mas que se imponha uma condição: que o discurso de “posse” seja em idioma dilmês.
O Brasil foi vítima de mais um apagão. Janja, a primeira-dama, antes mesmo de qualquer investigação lascou o diagnóstico: foi por causa da privatização da Eletrobras. E todos aqueles apagões que aconteceram durante anos a fio antes da privatização foram por culpa de quem? Não seria da Eletrobras estatal?
Foi a mesma coisa com os desastres da Vale de Brumadinho e Mariana. Os antiprivatistas se apressaram em culpar a Vale privatizada. Se esqueceram um detalhe: as duas barragens que ruíram, causando destruição e mortes, foram construídas quando a Vale era estatal.
As esquerdas, os petistas em geral, estão enfurecidos com a atuação de Cristiano Zanin. Todos os votos do indicado de Lula no STF parecem formulados por um ministro “terrivelmente evangélico”.