Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Leandro Mazzini | 14 de novembro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O presidente eleito Lula da Silva (PT) pretende ter no seu novo Governo uma Polícia Federal linha-dura contra crimes, sem exceções e blindagens de amigos do Palácio. Com informes de ingerência do presidente Jair Bolsonaro na polícia – o ex-ministro Sergio Moro já confirmou – Lula quer abrir as investigações travadas contra aliados do presidente e de sua família. Há casos de delegados afastados apenas por tentativa de apurar desmandos. Hoje foragido, com vistas grossas da atual PF, o blogueiro Allan do Santos deve ser detido nos Estados Unidos, cumprindo mandado expedido pelo ministro Alexandre de Moraes (STF). Serão retomadas dezenas de investigações engavetadas contra madeireiros e pecuaristas na Amazônia Legal. Lula vai nomear o delegado Andrei Passos para diretor-geral da PF. O segundo no escalão deve ser o delegado Rodrigo Teixeira. Andrei é conhecido dos petistas desde que comandou a segurança das Olimpíadas. Atualmente é o chefe da segurança de Lula.
Conselho de Ética
Não vai ser fácil o mandato de bolsonaristas na próxima Legislatura. Hoje, o Conselho de Ética da Câmara em Brasília está travado por governistas, mas a composição deve se inverter. PT, PSOL, Rede negociam a retomada do comando do Conselho. Atualmente, há 25 denúncias contra deputados na gaveta, sem qualquer andamento. A maioria das representações é contra Eduardo Bolsonaro (7), Carla Zambelli (2) e Bia Kicis (2). Zambelli, que empunhou uma arma na rua na véspera da eleição ao perseguir um manifestante, já é cercada pelo STF e será o principal alvo da oposição.
“Fascistas” na pista
Ao julgar um pedido da Concessionária das Rodovias Integradas do Sul para desbloquear três trechos de estradas gaúchas, o juiz federal substituto Carlos Felipe Komorowski não se conteve ao final do despacho: citou tempos estranhos e chamou de nazistas e fascistas tais manifestantes.
Agora é Mais Bolsa
A bancada do PT estava tão confiante na eleição de Lula da Silva para presidente que se articulou, há meses, e abriu o caminho para renomear o programa Auxílio Brasil batizado pelo presidente Bolsonaro. Os deputados protocolaram o PL 2315/22 dia 19 de agosto, titulando o Auxílio de “Programa Mais Bolsa Família”. Com R$ 600 previstos, evidente.
À paisana
A administração de Silvinei Vasques na Polícia Rodoviária Federal, prestes a se encerrar em alguns meses, não será marcada apenas pela leniência dos policiais com caminhoneiros que bloquearam muitas rodovias. A PRF tentou abrir adidâncias em embaixadas do Brasil. Para quê, ninguém entendeu. Mas emplacou um cargo em Washington. A assessoria da polícia nega que haja adidâncias, mas confirma alguns cargos no exterior.
Chalita e França
Cupido da aproximação de Lula com Geraldo Alckmin, o professor Gabriel Chalita tem endereço certo na Esplanada: o Ministério da Educação. Ciente disso, Fernando Haddad tenta se cacifar para o Ministério da Fazenda. Rifado pelo PT na disputa em São Paulo, Márcio França, senador eleito e nome mais forte PSB em Brasília, não será esquecido. Lula ofereceu a ele um ministério de Infraestrutura ou o de Cidades, que será recriado.
Colaboraram Walmor Parente, Carolina Freitas, Sara Moreira e Izânio Façanha (charge)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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