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Política “Sem pressa”, Lula esconde o jogo e adia trocas na Esplanada dos Ministérios

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Nessa sexta-feira (4), Lula cumpriu agenda em Parintins, no Amazonas. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva só deve anunciar novas mudanças na Esplanada dos Ministérios na semana do dia 14 de agosto, concretizando o embarque do Centrão no governo. Na última quinta-feira (3), ele deu início a esse movimento, ao empossar o deputado Celso Sabino (União-PA) no Ministério do Turismo. Horas antes, no entanto, disse em entrevista a rádios que não tem pressa para fazer novas mexidas em sua equipe que, ele assegura, irão acontecer.

Lula tem recebido do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, propostas de cenários para abrigar os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), mas, segundo relatos, não se manifesta a respeito nem demonstra estar ansioso para fazer as alterações.

A troca na presidência da Caixa, no entanto, pode ocorrer já nos próximos dias. Rita Serrano deve ser substituída por Margarete Coelho, ex-vice-governadora do Piauí e atual diretora de Administração e Finanças do Sebrae. Ela é próxima do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-Casa Civil de Jair Bolsonaro que se declara de oposição. E é apontada como favorita a assumir o banco estatal. Outro nome citado é o de Gilberto Occhi, ex-ministro das Cidades e que já presidiu a estatal. Mas o fato de ser mulher coloca Margarete à frente na disputa, dizem interlocutores.

Nessa sexta (4), Lula cumpriu agenda em Parintins (AM). Ele passa o fim de semana em Alter do Chão (PA), descansando ao lado da primeira-dama, Janja da Silva. Nesta segunda (7), faz inaugurações em Santarém (PA) e, nos dois dias seguintes, participa da Cúpula da Amazônia, em Belém. Na quinta-feira (10) e na sexta (11), o presidente estará no Rio, onde será realizada a solenidade de lançamento do Novo PAC. Depois ele retorna a Brasília, mas, com a capital esvaziada, dificilmente haverá anúncios antes do dia 14. À exceção da Caixa, nenhuma mudança no governo deve ser anunciada até lá.

Interlocutores afirmam, além disso, que Lula não está disposto a fazer negociações “no varejo” e se irrita quando ouve insinuações de que o Congresso pode atrasar votações como a do arcabouço fiscal ou a reforma tributária enquanto ele não se define.

Outro cenário que parece contrariar Lula é a possibilidade de dividir o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), de acordo com esses interlocutores. A ideia foi levada a Lula por auxiliares e aliados no Congresso como forma de preservar o Bolsa Família em uma pasta controlada pelo PT, deixando outros mecanismos de assistência social em um ministério nas mãos do Centrão.

A solenidade de posse de Sabino, no Palácio do Planalto, estava repleta de representantes dos partidos do Centrão, como Luciano Bivar (PE), presidente nacional do União Brasil, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Danilo Fortes (União-CE), relator do Orçamento, e Elmar Nascimento (União-BA), além de Fufuca e Silvio Costa Filho.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estava entre as autoridades no palco, ao lado de Lula.

Antes da solenidade, Lira esteve no gabinete do presidente no Planalto ao lado de diversos deputados e ministros como Padilha, Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Comunicação Social), além da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. A aguardada reunião privada entre os presidentes da República e da Câmara ainda não tem data para ocorrer.

O presidente falou sobre o assunto durante entrevista, concedida para rádios da região Norte do País.

“Vou fazer ajustes no governo porque nós temos interesse de construir uma maioria para que até o final de 26 a gente possa votar coisas importantes. Por isso a troca de ministros não pode ser vista como uma coisa absurda, uma coisa menor”, disse Lula. “Temos partidos importantes que querem fazer parte do governo. Não estou com pressa. As pessoas sabem que vou fazer. É verdade que vou fazer mudanças no ministério, mas é verdade que isso ainda não está definido por mim, aonde que vou mexer, que ministério que vou entregar.”

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