Sábado, 08 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de abril de 2019
Sem sucesso na primeira investida, o presidente Jair Bolsonaro voltará a se reunir com dirigentes partidários na tentativa de formar uma base aliada no Poder Legislativo. Nesta terça-feira (09), ele se encontra com os dirigentes do PR e do Solidariedade.
Na quarta-feira (10), será a vez de abrir o gabinete presidencial para o PSL, o Novo, o Avante e o Podemos. Com a exceção do PSL, as demais siglas apresentam resistência em aderir a uma coalizão governista. O Solidariedade e o Podemos, por exemplo, já anunciaram posição de independência. “Não há chance de sermos oposição ou base. O Podemos ajuda o governo, mas somos independentes”, disse a presidente do Podemos, Renata Abreu.
“A nossa ideia é ficar independente. Não dá para ir para o governo”, afirmou o dirigente do Solidariedade, Paulinho da Força. Há três meses à frente do Palácio do Planalto, o presidente ainda não conseguiu formar uma base aliada, o que já o prejudicou em votações de interesse do governo.
Ele sofreu derrotas, por exemplo, na derrubada de decreto que alterava a Lei de Acesso à Informação e na aprovação da proposta do Orçamento impositivo. A ideia é que, nos encontros com dirigentes partidários, Bolsonaro ressalte que o Planalto está aberto a receber demandas e sugestões das bancadas federais e que abrirá mais espaço na agenda presidencial para as siglas.
Nas reuniões, de acordo com assessores presidenciais, ele pedirá apoio a pautas governistas, como a reforma da Previdência, e deve sinalizar de maneira sutil interesse de que as siglas façam parte da base aliada. O tom foi o mesmo adotado na semana passada, quando o presidente se reuniu com PSDB, DEM, PRB, MDB, PP e PSD, e não teve resultado favorável.
Na saída do encontro, dirigentes partidários reforçaram posição de independência e nenhum partido garantiu adesão à base aliada. Em reunião com o Solidariedade, Bolsonaro também enfrentará dificuldade em convencer a sigla a votar a favor das mudanças nas aposentadorias.
O partido irá sugerir ao presidente uma proposta alternativa, com novas idades mínimas, sem regime de capitalização e que mantenha as regras atuais a professores e trabalhadores rurais. Para tentar superar uma articulação frágil com o Poder Legislativo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), tem proposto aos partidos a criação de um conselho político.
A ideia é que ele seja formado por dirigentes das legendas e líderes partidários e que se reúna com Bolsonaro uma vez por mês. O dispositivo foi também criado por Dilma Rousseff (PT) no início do seu segundo mandato. Na época, o Congresso já reclamava da falta de interlocução política do Executivo com o Legislativo, o que contribuiu para o impeachment da petista. A mesma queixa é feita hoje em relação ao governo de Bolsonaro.