Partido de um único deputado, o Rede tem usado a má vontade de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao presidente Jair Bolsonaro para impor o próprio entendimento sobre quaisquer assuntos. Na Câmara, o Rede perde tudo, mas no STF ganha quase todas. Ganhou novamente na quinta (30), ao anular a medida provisória – de Bolsonaro, claro – que alterava a Lei de Acesso à Informação.
Gobierno? Soy contra
A MP anulada era razoável: protegia de sanções servidores que, sob confinamento, não atendam pedidos de informação nos prazos legais.
Outra ‘vitória’
A Rede, partido da sumida Marina Silva, foi autor da ação contra a MP que permitia acordos de redução salarial durante a pandemia.
Pelo menos temporária
O ministro Ricardo Lewandowski acatou o pedido da Rede e condicionou acordos à chancela dos sindicatos. A decisão só foi revertida no plenário.
Holofote semanal
Sem líder ou deputados suficiente, a Rede só tem 5 minutos por semana para falar durante “comunicações de liderança” na Câmara. Já no STF…
Distribuidoras aplicam golpe sob omissão da ANP
Era um golpe, como se suspeitava, a atitude das distribuidoras de combustíveis de romper contratos com produtores de etanol alegando “força maior”, com a omissão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que por sua vez proibiu as usinas de venderem o produto estocado a outras fontes, inclusive postos. Após cancelar os contratos, as espertas distribuidoras/atravessadoras passaram a importar etanol podre, poluente, à base de milho, dos Estados Unidos.
Ordem é poluir
O golpe das distribuidoras, que atuam como atravessadoras, inundou o Brasil, apenas em abril, com mais de 120 mil litros de etanol podre.
Ação predatória
Só no Nordeste, principal alvo da ação predatória das distribuidoras, foram destinados mais de 70 mil litros de etanol de má qualidade.
Dobradinha perversa
Atravessadores e ANP fazem “dobradinha” desde 2009, com o cartório que lhes dá exclusividade na venda aos postos de todo o combustível.
Verba para a crise
Em março do ano passado o governo Jair Bolsonaro extinguiu 21 mil cargos comissionados que, segundo dados oficiais, custavam R$ 195 milhões por ano ao contribuinte. Ainda existem cerca de 110 mil.
Verba contra Covid-19
Caçando votos para prefeito na pandemia, o deputado JHC (PSB-AL) acertou ao reservar R$ 11,5 milhões em emendas para seu rival combater a Covid-19 em Maceió. Só pesou a mão ao cobrar do prefeito Rui Palmeira o direcionamento da verba, antes mesmo de cair na conta.
Prioridade de cada
A Petrobras anunciou patrocínio de R$ 10 milhões, em três vezes, a projetos de artes cênicas para crianças de até 6 anos. Só o contrato que o ex-presidente da estatal Pedro Parente fechou com a Fórmula 1 custaria 163 milhões de libras (R$ 1,1 bilhão). A atual gestão anulou.
Impacto do vírus
A Associação Internacional de Transporte Aéreo divulgou balanço da capacidade do transporte aéreo de carga em relação à demanda, em março: no mundo, a demanda caiu 15,2% e a capacidade caiu 22,7%.
PPP do bem
Parceria entre o Ministério da Defesa, a Confederação Nacional da Indústria e empresas do setor já consertou 201 respiradores e há mais 1.290 aparelhos em reparo. O resultado é de duas semanas de trabalho.
UTI para quem precisa
Demorou, mas a Defensoria do Rio pediu esta semana que a Justiça desbloqueie 155 leitos reservados a pacientes do coronavírus. Enquanto estavam vazios, pacientes com outras doenças padeciam nos hospitais.
Estado inchado
Segundo relatório do Banco Mundial sobre o funcionalismo público, em 2017 havia 105.547 vínculos de cargos em comissão ou com função gratificada no serviço público federal. São 14,2% de todos os cargos.
Recuperados
Entre os “casos fechados” de pacientes infectados com o coronavírus, ou seja, pessoas que se curaram ou faleceram após a exposição à doença, o Brasil se mantém com uma taxa de 86% de recuperação.
Perguntar não contamina
Em suas coletivas na grade, Bolsonaro vai usar máscara, conforme obriga o decreto do governo de Brasília?
PODER SEM PUDOR
Tudo pelo emprego
Como em todo governo, a administração do presidente Lula arquivou o esquerdismo do PT para fechar acordos partidários fundamentados na troca de favores, no mensalão explícito e no fisiologismo, na briga pela “ocupação de espaços”, ou seja, nomeação de apadrinhados para os cargos do governo. Tudo isso lembra o velho PSD e a frase genial do pessedista Tancredo Neves sobre a vocação fisiológica do seu partido:
“Entre Karl Marx e a Bíblia, o PSD fica com o Diário Oficial”.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos