Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de abril de 2016
Senadores da base aliada avaliam que o resultado da votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, no domingo (17), será fundamental para garantir ao governo alguma margem de negociação no Senado, onde a maioria já se declara disposta a afastar a presidenta Dilma Rousseff.
De acordo com os governistas, para que o governo ganhe algum fôlego para angariar apoio no Senado, será necessário que ao menos 150 deputados federais votem contra o impeachment no domingo (17). O Planalto também considera fundamental abrir vantagem na Câmara. Nas palavras de um assessor presidencial, “batalha de verdade é no domingo” e, se ela for perdida, o Palácio do Planalto “sairá derrotado da guerra”.
A maioria do Senado, porém, já declara intenção de votar pelo afastamento da presidenta. Levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo com os 81 senadores nesta quarta-feira (13), aponta que 42 (52%) são pró-impeachment. Outros 18 senadores afirmaram que votarão contra o impeachment. Disseram-se indecisos nove parlamentares, sete preferem não declarar o voto e cinco não responderam até a conclusão desta edição.
Nas contas dos senadores governistas, há 27 votos pró-Planalto. Eles contam ainda 12 senadores indecisos, mas avaliam que a maioria destes tende a votar com a oposição.
O rito no Senado
Se a Câmara aprovar o pedido de abertura do impeachment, o processo será enviado para o Senado na segunda-feira (18) e deverá ser lido em plenário na terça-feira (19). Uma comissão formada por 21 titulares e 21 suplentes será formada seguindo a proporcionalidade dos partidos ou blocos partidários. A comissão terá dez dias corridos para apresentar um relatório pela admissibilidade ou não do processo de impeachment.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avalia, segundo aliados, que essa votação poderia acontecer no dia 10 de maio. Senadores da oposição e da própria base do governo, no entanto, acreditam que o afastamento da presidenta pode acontecer ainda no final de abril, com votação no dia 27, por exemplo.
O parecer será votado em plenário e precisa de maioria simples para ser aprovado. Se isso acontecer, Dilma é afastada por 180 dias e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assume o comando do País. (Folhapress)