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Esporte Senado aprova a inclusão do atleta João do Pulo no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”

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Ícone do salto triplo subiu duas vezes ao pódio em Olimpíadas.

Foto: Reprodução/COB
Ícone do salto triplo subiu duas vezes ao pódio em Olimpíadas. (Foto: Reprodução/COB)

O Senado aprovou uma lei que inclui o nome do atleta do salto triplo João do Pulo (1954-1999) no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”. O texto foi aprovado pela Comissão de Esporte do Parlamento, de forma terminativa – quando não se faz necessária aprovação pelo plenário.

Agora o projeto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta é de autoria do deputado federal Jonas Donizette (PSB-SP).

O livro fica dentro do Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, um memorial localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e que homenageia grandes nomes de destaque positivo no País. O relator da proposta, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), justificou que a nomeação do falecido atleta deve ser feita por “justiça” e “honra” em função do seu trabalho no atletismo e também como exemplo de superação:

“João do Pulo foi um incansável defensor do poder transformador do esporte, reconhecendo que este vai além da conquista de medalhas, servindo como uma ferramenta fundamental para a inclusão e a promoção da cidadania. Sua experiência e visão inspiraram jovens atletas a perseguirem seus sonhos, mesmo em face de adversidades”.

O livro foi criado em 1992 para eternizar os brasileiros de maior destaque ao longo da história dedicando suas vidas ao País, a liberdade e a democracia.

Atualmente a honraria inclui 91 personalidades de referência em suas respectivas áreas, como da médica Zilda Arns, do sociólogo Darcy Ribeiro, do músico Luiz Gonzaga, da freira e filantropa Irmã Dulce, do médium Chico Xavier, do rebelde Zumbi dos Palmares, do seringueiro Chico Mendes, de Anita Garibaldi e do aviador Santos Dumont, dentre outros. São 73 homens e apenas 18 mulheres.

Trajetória

Nascido em 28 de maio de 1954, em Pindamonhangaba, interior de São Paulo, João Carlos de Oliveira se tornou um dos principais saltadores da história do Brasil. Em pouco tempo, o atleta negro conquistou o título de melhor do mundo na modalidade e o manteve por uma década.

Primeiro negro a competir pelo clube Pinheiros, João foi frentista de posto de gasolina e soldado do Exército, onde chegou a patente de sargento em 14 anos como militar, antes de iniciar sua carreira nas pistas de atletismo.

Em 1975, durante os Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, João conquistou a medalha de ouro no salto em distância, estabelecendo um recorde mundial que permaneceu por 10 anos. A medalha de ouro no Pan-Americano do México de 1975 foi o principal destaque de sua vida, quando alcançou a impressionante marca de 17,89 m.

Após a conquista da medalha Pan-Americana, João se tornou João do Pulo. Embora o responsável pelo apelido seja desconhecido, João o adotou com orgulho: 11 anos mais tarde, ele decidiu tornar o apelido oficial, alterando seu nome para João do Pulo Carlos de Oliveira no Cartório de Registro Civil.

João do Pulo subiu duas vezes ao pódio em Jogos Olímpicos: foi bronze em Montreal (Canadá), em 1976, e em Moscou (capital da então União Soviética), em 1980.

Nessa segunda participação, João foi prejudicado após ter quatro dos seus seis saltos serem invalidados pelos fiscais soviéticos. A justificativa para as consecutivas bandeiras vermelhas foi que João encostou o pé além da área permitida.

Entretanto, vinte anos depois, o caso voltou a ter repercussão com uma reportagem investigativa do jornal australiano “Sydney Morning Herald”.

O país da Oceania também se sentiu injustiçado na prova, com Ian Campbell terminando na quinta colocação após ter cinco de seus seis saltos invalidados.

O material divulgado em 2000 revelou um esquema para fazer a União Soviética campeã do salto triplo nos Jogos de Moscou. Mais tarde, em 2015, pesquisadores da Universidade de Victoria provaram, através de um estudo dos vídeos, que Campbell havia sido prejudicado.

Em 1981, aos 27 anos e ainda no auge da carreira de atleta, João sofreu um acidente na Rodovia Anhanguera, em São Paulo, que o fez perder a perna direita. Forçado a abandonar as pistas, ele cursou a faculdade de Educação Física e acabou se elegendo deputado estadual em São Paulo pelo antigo PFL em 1986.

João do Pulo morreu em 29 de maio de 1999, um dia após completar 45 anos, com cirrose hepática e infecção generalizada.

 

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https://www.osul.com.br/senado-aprova-inclusao-de-joao-do-pulo-no-livro-de-herois-e-heroinas-da-patria/ Senado aprova a inclusão do atleta João do Pulo no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria” 2025-03-20
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