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Senado aprova novas regras para aviação após acordo com Michel Temer

Plenário do Senado debate Medida Provisória do Setor Aéreo que permite que empresas estrangeiras possam ter total controle do capital de companhias aéreas no Brasil (foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Após acordo com o Palácio do Planalto, os senadores aprovaram nesta quarta-feira (29) medida provisória (MP) que cria novas regras para a aviação no país. Apesar da proposta estabelecer que grupos estrangeiros tenham controle de até 100% das ações de companhia aéreas, a aprovação no Senado só foi possível porque o presidente em exercício Michel Temer se comprometeu a vetar trecho da MP e manter o controle em até 20%.

O texto não contava com o apoio de alguns senadores, principalmente aqueles de estados mais distantes do centro do país. Eles demonstraram preocupação com a falta de garantias para a aviação regional. Diante do impasse, o Palácio do Planalto se comprometeu a vetar o artigo que permitiria a desnacionalização das empresas aéreas.

O texto aprovado na Câmara, e mantido no Senado pelo acordo feito com o Planalto, retirava qualquer restrição para que estrangeiros possam assumir cargos de direção e o controle acionário de empresas aéreas brasileiras.

O acordo com o governo foi motivada para garantir que os demais pontos da medida fossem aprovados antes de perderem a validade – a medida deixaria de valer nesta quarta caso não fosse aprovada.

A medida provisória segue agora para a sanção presidencial do presidente em exercício Michel Temer.

O texto prevê a extinção do Adicional de Tarifa Aeroportuária (Ataero) a partir de janeiro de 2017. Essa tarifa está hoje embutida em taxas pagas por passageiros (taxa de embarque) e empresas aéreas (taxas de pouso, permanência). Entretanto, o fim do Ataero não vai representar barateamento no custo para viajar de avião.

Isso porque, pelo texto da MP, a cobrança continuará a ser feita, mas sob um novo nome, a ser definido. Entretanto, os valores recolhidos por aeroportos públicos, administrados pela Infraero ou por agências estaduais, passariam a ir para o caixa dessas estatais.

Já os valores recolhidos pelas concessionárias de aeroportos (Guarulhos, Brasília, Galeão, Campinas, Confins e São Gonçalo do Amarante) continuariam a ser repassados a um fundo do governo que financia obras no setor aéreo, como ocorre atualmente.

Além disso, o texto da MP prevê um perdão à Infraero por não repassar a esse fundo o Ataero que recolher entre 1º de dezembro de 2013 a 31 de dezembro de 2016. (AG)

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