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Senado aprova projeto de lei que amplia punição para violência psicológica contra mulher por meio da inteligência artificial

Proposta prevê pena de até dois anos de prisão, mais multa. (Foto: Freepik)

O Senado aprovou um projeto de lei que estabelece o uso de inteligência artificial (IA) ou outras tecnologias que alterem a imagem ou a voz da vítima, como agravante para o crime de violência psicológica contra mulher. Com a mudança, os sentenciados podem ter a pena aumentada. A proposta, que agora vai para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é de autoria da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e foi relatado pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB).

Atualmente, o crime possui pena de seis meses a dois anos de reclusão, além de multa. De acordo com o Código Penal, a violência psicológica contra mulher é constituída pelo dano emocional causado à vítima que “a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento” mediante ameaça, humilhação, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outra forma que gere prejuízos para a saúde mental.

Nas redes sociais, Jandira Feghali comemorou a aprovação da proposta. Para a deputada, as “deepfakes” – imagens e vídeos que simulam a realidade – podem “destruir vidas e carreiras”, e a tecnologia não pode ser usada como uma arma contra as mulheres. No plenário do Senado, a relatora Daniella Ribeiro exaltou o trabalho da deputada Jandira, parabenizou a bancada feminina e afirmou que o projeto de lei é “um projeto de extrema importância”.

Dados recentes

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o país registrou 38.507 crimes de violência psicológica contra mulheres em 2023, um aumento de 33,8% em relação ao ano anterior.

O relatório também mostra que todas as modalidades de violência contra esse grupo cresceram quando comparadas aos números de 2023, como o crime de importunação sexual, que aumentou 48,7%; o de divulgação de cenas de estupro e sexo, que subiu 47,8%; e o de stalking, que teve alta de 34,5%. Tentativas de feminicídio, agressões e ameaças também cresceram.

Além disso, ainda de acordo com o Anuário, 90% dos assassinos de mulheres são homens. Desse total, apenas 7,1% são desconhecidos.

Neste mês, uma reportagem do jornal O Globo, com base em um levantamento preparado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e produzido pelo Instituto Datafolha, mostrou que 37,5% das brasileiras (índice que representa 21,4 milhões de mulheres a partir dos 16 anos) sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses, o maior número de casos medidos pela pesquisa desde seu lançamento, em 2017.

Outra proposta, que tramitou em conjunto, também foi aprovada pelo Senado: o PL 1238/2024, de autoria do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). O projeto estabelece que a pena para o crime de estupro também seja aplicada em casos sem “contato físico”, ou seja, quando a prática é cometida em ambientes virtuais. Assim, o “estupro virtual”, como define a proposta, passará a ter a pena prevista de seis a dez anos de cadeia. (com informações de O Globo)

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