Em maio de 2015, foi criada no Senado a Comissão Especial do Pacto Federativo para buscar uma repartição mais justa de recursos e de obrigações entre União, Estados e Municípios. Não andou por preguiça e também para não contrariar o governo federal, que tem a maior fatia do bolo tributário e cede favores aos parlamentares.
O ponto de partida foi a constatação do relator da comissão, senador Fernando Bezerra: no sistema tributário vigente, de cada 100 reais arrecadados no país, 66 reais vão para o governo federal, 20 reais para os Estados, ficando os Municípios com 14 reais. Em dezembro 2016, a comissão foi dissolvida e os parlamentares ainda devem uma proposta.
Deixem armadilhas de lado
Agora, o governo quer trazer o tema do pacto federativo à pauta novamente. Se for para criar impostos, compensando mais repasses aos estados e aos municípios, deixem como está.
Para abrir janelas
A Assembleia Legislativa aprovou ontem a criação de uma comissão para analisar a transparência dos poderes e órgãos públicos do Estado. Iniciativa dos deputados estaduais Fábio Ostermann e Giuseppe Riesgo, ambos do Partido Novo. Ao final de quatro meses, surgirá um relatório. A expectativa é de que permita melhor percepção sobre o que acontece e não vem a público na gestão dos impostos recolhidos.
A serviço da comunicação
O governo federal lançou ontem um programa que resultará na adoção de tecnologias digitais no campo. Não é novidade.
Vendo de perto
Em 1982, a Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec) foi contratada pelo Banco do Brasil. A tarefa era avaliar imagens colhidas pelo satélite Landsat em áreas do Rio Grande do Sul. Seria a forma de acompanhar o crescimento de culturas financiadas. O banco temia que o dinheiro emprestado sequer fosse aplicado na plantação e utilizado para outro fim.
Parou
Os proprietários de terras se indignaram porque não queriam intromissão. Foram várias vezes a Brasília pressionar para que houvesse a suspensão. Tiveram sucesso: caiu no arquivo dos projetos esquecidos.
Comichão frequente
Antonio Palocci segue sendo a pulga na camisola do PT. Toda a vez que abre a boca é um alvoroço.
Precaução
Dirigentes de partidos em Porto Alegre acordam cedo: durante conversas informais buscam uma fórmula para evitar que ocorram três debates diários na reta final da campanha, nos quais as respostas são sempre as mesmas para perguntas que não variam. No ano passado, candidatos e assessores quase criaram uma confraria, tantos eram os encontros. A ideia era incluir joguinho de futebol, caipirinha, churrasquinho e chopinho.
No país da impunidade
Manchete de ontem do jornal Estado Minas: Viaduto de 5 milhões e 200 mil reais liga nada a lugar nenhum.
Via do exagero
A ameaça de greve dos caminhoneiros tinha um objetivo: abrir negociações de suas dívidas de cartões de crédito e outras despesas, como financiamento imobiliário, na Caixa Econômica Federal. Não precisava tanto. Mais de 3 milhões de pessoas já foram à Caixa e firmaram novos acordos de pagamento.
Presença prolongada
O general Juan Domingo Perón teve três mandatos presidenciais agitados e passou por diversos conflitos, chegando a ficar 18 anos exilado. Retornou em 1973 para comandar o país e morrer no cargo. Segue tendo grande e ruidosa legião de seguidores que se dividem entre alas de esquerda, direta e centro. A cada eleição unem-se, como ocorrerá em torno de Cristina Kirchner.
Precipitação
O ministro da Economia, Paulo Guedes, entra na onda de dizer o que vem à cabeça: ontem, afirmou que se o futuro governo da Argentina fechar sua economia, o Brasil deixará o Mercosul. Impossível: o país do tango é dependente do comércio com outros países, a começar pelo nosso.
Dá para se prever o nível
A oposição usará argumentos de todas as ordens contra Donald Trump na campanha eleitoral. Um deles: os Estados Unidos só compram cocaína do México e quinquilharias industriais da China.
Mudou
Brasília tem uma longa tradição: quinta-feira é o dia dos boatos. Agora, vai de segunda a sexta-feira.