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Brasil Senado marca para 1º de fevereiro a eleição de seu novo presidente; com o provável retorno de Davi Alcolumbre ao comando, a distribuição dos espaços na Casa ganha força antes mesmo da votação

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Parlamentar do Amapá exerceu a função em 2019-2020 e conta com o apoio das maiores bancadas. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O Senado marcou para 1º de fevereiro, um sábado, a eleição de seu presidente no período até 31 de janeiro de 2027. A sessão preparatória foi agendada para as 10h, com votação a partir das 11h. Também serão eleitos os 1º e 2º vice-presidentes, os quatro secretários e quatro suplentes da Mesa Diretora.

Parece não haver qualquer dúvida de que o favorito para assumir o cargo é o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que já exerceu a função em 2019-2020, é aliado do atual comandante, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e conta com o apoio das maiores bancadas, como PL, PSD, MDB e PT.

Diante do iminente retorno de Alcolumbre, a distribuição dos espaços na Casa começa a ganhar força antes mesmo do pleito. O favorito ao cargo tem o apoio de dez partidos, totalizando 79 parlamentares. Ele busca se equilibrar entre o governo Lula (PT) e a oposição.

Maior legenda da Casa, com 15 senadores, o PSD de Rodrigo Pacheco comandará a comissão mais importante, a de Constituição e Justiça (CCJ). O atual presidente tem na mira o comando de algum ministério que lhe amplie a projeção política: o foco é disputar o governo de Minas Gerais em 2026. Por esse motivo, ele abriu mão de comandar o colegiado, considerado estratégico – o presidente da CCJ será o líder da mesma sigla no Senado, Otto Alencar (BA).

O movimento foi decisivo para Alcolumbre obter o apoio do PSD, já que Alencar era um nome cogitado por governistas e também por uma ala do Palácio do Planalto para disputar o comando do Legislativo.

E o PSD ainda ocupará a primeira secretaria da Mesa Diretora, com a senadora Daniella Ribeiro (PB). O posto, informalmente conhecido como “prefeitura do Senado”, é responsável pela gestão financeira e patrimonial, além da execução do orçamento da Casa. Não por acaso, é muito cobiçado, tendo um elevado número de cargos e um orçamento robusto.

Na proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) enviada pelo governo federal e que será votada após a eleição da nova presidência do Senado, estão previstos mais de RS 6 bilhões para a gestão da futura “prefeita”.

O partido terá, ainda, mais uma escolha entre as seis primeiras comissões da Casa. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) ficará com o MDB e terá no comando um ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Esse prestigiado colegiado, por onde passam os principais projetos da pauta econômica, também era cobiçado pelo PT, mas Davi Alcolumbre sempre garantiu apoio aos emedebistas.

Mesmo assim, o MDB foi a última das siglas a formalizar apoio ao amapaense e também a única a colocar no papel os pontos do acordo, por meio de uma carta-compromisso firmada com o candidato. Dentre os pontos elencados está o comprometimento com o avanço da proposta de emenda à Constituição (PEC) que dá ao Supremo Tribunal Federal (STF) competência exclusiva para julgar crimes contra o estado democrático de direito e de intolerância política.

Segundo maior partido da Casa e o principal da oposição, o PL perdeu para o PSD a disputa pela CCJ, mas venceu o duelo com o PT e deve ocupar a primeira vice-presidência do Senado. O favorito é Eduardo Gomes (TO).

A legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também tem interesse em presidir a Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional (CRE). Com o retomo de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos (no dia 20 deste mês), a estratégia é utilizar o colegiado para pressionar a política internacional do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Já o PT deve emplacar o senador Humberto Costa (PE) na segunda vice-presidência da Casa e tem apalavrado com Alcolumbre o comando das comissões de Educação e Meio Ambiente.

Nos bastidores, Alcolumbre não esconde que pretende bater a marca do ex-presidente José Sarney (MDB), eleito em 2003 com 76 votos para comandar o Senado. Para isso, tem feito uma promessa que une base e oposição: retomar o protagonismo perdido para a Câmara dos Deputados na deliberação das matérias.

Ele tem prometido, por exemplo, restabelecer o rito tradicional das medidas provisórias (MP), com a formação de comissões mistas, divididas entre senadores e deputados federais.

No último biênio, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convenceu os deputados a não fazerem a indicação dos integrantes das comissões c a votar projetos de lei no lugar das MP, o que tirou o espaço dos senadores nas relatorias das matérias.

Alcolumbre tem bom trânsito com a cúpula da Câmara e foi, muitas vezes, o interlocutor de Pacheco com Lira em meio à relação estremecida dos atuais presidentes. Favorito a suceder Lira na Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) também costurou diversas alianças no semestre passado e encerrou o ano com o apoio para a disputa interna de 18 das 20 legendas com representação na Casa.

Ainda que muitos compromissos já tenham sido selados, interlocutores dele explicam que a distribuição das comissões será feita apenas após a eleição, em reunião com os lideres dos partidos. Nesse encontro, Motta pretende aparar arestas e superar disputas ainda existentes entre seus aliados.

É o caso da queda-de-braço entre o União Brasil e o MDB pela relatoria do Orçamento de 2026 e a presidência da CCJ. As vagas na Mesa Diretora também serão melhor discutidas: os principais postos, entretanto, já estão decididos com o PL na vice-presidência e o PT na primeira-secretaria

Câmara dos Deputados

No caso da Câmara, ainda não há data marcada para a eleição que substituirá o atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), mas o mais provável é que a sessão seja realizada em 3 de fevereiro, uma segunda-feira. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) é o favorito, com apoio de partidos que representam mais de 90% dos votos.

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