Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2022
O ex-juiz e senador eleito pelo Paraná, Sérgio Moro (União Brasil) se pronunciou sobre a ação promovida pelo PL para a cassação do mandato. Segundo o ex-ministro da Justiça, o deputado federal Paulo Martins (PL), que ficou em segundo lugar nas eleições para o Senado, quer conquistar a vaga “no tapetão”. O PL entregou o pedido à Justiça Eleitoral no último dia 7 e quer que sejam averiguados os gastos da campanha de Moro, uma vez que acreditam existir irregularidades.
Na declaração de Moro, ele acusa Paulo Martins de alterar a declaração racial, visando receber mais verba do fundo partidário. “O mesmo sujeito, Paulo Martins, que mudou de cor nas eleições para se beneficiar do fundo partidário, tem a cara de pau de me acusar falsamente de irregularidade para ganhar o mandato de senador no tapetão. Fez o L junto com Fernando Giacobo”, escreveu o ex-ministro.
Nesta quarta-feira, quando soube da ação, Moro chamou o presidente do PL do Paraná e o deputado Martins de “maus perdedores que resolveram trabalhar para o PT e para os corruptos”. O ex-juiz ainda afirmou que nada teme em relação às irregularidades citadas na ação.
A ação cita irregularidades contábeis na candidatura de Moro ao Senado, como as falhas em sua prestação de contas apontadas pelo TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná). Ao longo da campanha, o ex-juiz também foi notificado por produzir materiais que não respeitavam as especificações impostas pela legislação eleitoral.
Moro e Bolsonaro
Moro teve um encontro com o presidente Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, e teria pedido que ele conversasse com Valdemar Costa Neto. O ex-juiz quer que o PL retire o processo que pede a cassação de sua candidatura. O senador eleito também pretende sair do União Brasil e se filiar ao PL. Costa Neto, porém, não aceita Moro no partido. Na sua avaliação, o ex-juiz ajudou a preparar sua prisão, em 2012. Além disso, Moro deu declarações dizendo que Costa Neto foi condenado por receber suborno e é um “político fisiológico”.
O movimento do PL se dá meses depois de Moro ter declarado publicamente apoio à candidatura à reeleição de Bolsonaro, e até mesmo acompanhado o então candidato em debates de TV no segundo turno da eleição presidencial. Apesar de ser encabeçada pelo diretório no Paraná, a ação tem aval do presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto.
Moro foi eleito com 33,82% dos votos, em uma disputa apertada com o segundo colocado, o deputado federal Paulo Martins (PL), que alcançou 29,12% dos votos. Conforme apurou o Estadão, internamente, a esperança é de que a legenda consiga alijar o ex-juiz da Operação Lava Jato do Senado e ficar com a vaga de Moro.