Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de fevereiro de 2023
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), tomou o celular da mão do youtuber Wilker Leão, o mesmo que, em agosto do ano passado, chamou o então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), de “tchutchuca do centrão”. Após o incidente, o senador faz mea-culpa.
O fato envolvendo Randolfe aconteceu durante um desentendimento entre os dois em frente aos elevadores do anexo 1 do Senado na semana anterior. Em um corredor que leva ao local onde aconteceu a confusão, enquanto caminhavam, Leão questiona Randolfe sobre um projeto de autoria do senador que, segundo ele, busca “criminalizar o assédio político”.
O senador nega que seja de sua autoria e critica o terrorismo, citando os atos criminosos de 8 de janeiro. Eles conversam entre si sobre política sem exaltações e Randolfe explica o que defende.
Ao chegarem aos elevadores que levam aos gabinetes em um dos anexos do Congresso, Randolfe entra em um, mas, diante da continuidade de questionamentos do youtuber, sai do espaço ao ver que Leão também pretendia subir com ele.
Um segurança que presta serviço para o Senado barra o youtuber, que não tinha identificação da Casa, segundo o próprio.
Quando Randolfe está saindo do elevador, Leão fala “vamos terminar aqui para a gente perguntar algumas questões” ao que Randolfe também fala “gente, vamos terminar”, “deixa eu terminar aqui”, e, em seguida, coloca a mão no celular de Leão.
As imagens divulgadas pelo youtuber não mostram exatamente o que aconteceu nos momentos seguintes.
No entanto, em vídeo gravado após o episódio, Leão disse que uma mulher devolveu o celular a ele minutos depois. O youtuber afirmou ainda que a pulseira do relógio ficou danificada na confusão.
Depois do episódio, Leão disse não ter certeza se Randolfe seria mesmo o autor do suposto texto sobre assédio político. “Não deu tempo ainda [de confirmar].”
O texto ao qual ele se refere é o PL 2864/2022, de autoria de Randolfe. Entre outros pontos, o projeto propõe que a eventual condenação por “assediar alguém publicamente, de forma violenta ou humilhante, premido por inconformismo político, partidário ou ideológico” pode resultar em detenção de 1 a 4 anos, mais multa. O texto foi apresentado pelo senador em novembro do ano passado e retirado a pedido do próprio no início de dezembro.
Em um dos estacionamentos do Senado, próximo onde aconteceu a discussão dentro da Casa, houve mais confusão entre Leão e policiais legislativos. Filmando a cena, o youtuber chega a correr dos policiais, mas para quando é cercado por agentes com armas de eletrochoque nas mãos. Ele foi conduzido para a polícia legislativa para prestar esclarecimentos.
No Twitter, nessa sexta (3), em resposta a uma crítica do influenciador digital Felipe Neto sobre o episódio, Randolfe escreveu que “não me orgulho do que fiz, mas tudo tem limite e todos temos dias ruins”.
“Todo dia sou atacado por milícias digitais e físicas que ameaçam e assediam a mim e minha família. Acabei reagindo como um ser humano. Infelizmente o fato ocorreu e faço questão de não me manter no erro”, completou.
Em 18 de agosto do ano passado, Leão ficou conhecido por chamar o então presidente Bolsonaro de “tchutchuca do centrão” na saída do Palácio da Alvorada. Na época, Bolsonaro tentou tomar o celular do youtuber depois de ser ofendido e chamado de “tchutchuca do Centrão”, “covarde” e “vagabundo”.