Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2024
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saiu em defesa do deputado Carlos Jordy (PL-RJ), alvo de buscas da Polícia Federal (PF) nessa quinta-feira (18), na investigação sobre os atos extremistas do dia 8 de Janeiro, e criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação.
Flávio, filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que as cenas de violência na Praça dos Três Poderes foram desencadeadas pela postura “bélica” do ministro na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“A postura de Alexandre de Morais (sic) no TSE foi o principal fator que levou ao 8/Jan. Presidência bélica, incompatível e de ‘gestos’”, escreveu o senador no X (antigo Twitter).
Coube a Moraes, como presidente do TSE, organizar as eleições de 2022. Um dos principais desafios enfrentados pelo ministro foi lidar com denúncias infundadas sobre as urnas eletrônicas. As notícias falsas do risco de fraude no processo eleitoral levaram o tribunal a condenar Jair Bolsonaro à inelegibilidade por oito anos.
Flávio também criticou a conduta de Moraes nas investigações do 8 de janeiro. O ministro é encarregado de 1345 processos criminais e de dezenas de inquéritos em curso sobre os atos golpistas. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no início do ano, Moraes afirmou o trabalho segue até que todos os envolvidos sejam responsabilizados.
“A forma como essa investigação está sendo conduzida é muito mais ‘lesa pátria’ que o próprio 8/Jan. A continuidade dela, além de autoritarismo e arrogância, é o mesmo que querer culpar a mulher que foi estuprada, ou seja, quem defende a democracia passou a ser o errado”, seguiu Flávio Bolsonaro.
Para o senador, a operação contra Jordy é “perseguição política”.
O deputado entrou na mira da Polícia Federal a partir de uma investigação sobre os bloqueios de rodovias organizados por bolsonaristas após o segundo turno das eleições de 2022. Mensagens recuperadas pela PF apontam que um dos articuladores do movimento em Campos dos Goytacazes (RJ) tinha canal aberto com Carlos Jordy e pedia orientações ao parlamentar.
Outros parlamentares também defenderam Jordy.
A deputada federal Bia Kicis disse que o caso é “um absurdo sem tamanho”, e declarou que o bolsonarista teve sua casa e gabinetes “invadidos”. Ela lembrou ainda que Jordy é pré-candidato a prefeito de Niterói, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, e definiu como “líder dedicado”.
Pré-candidato à prefeitura do Rio, o deputado Alexandre Ramagem afirmou que a operação “representa a continuidade da armadilha preparada contra o povo brasileiro” e disse que reforma do judiciário precisa ser pautada no Congresso Nacional “contra esse sistema ditatorial”.