O senador general Hamilton Mourão (Republicanos-RS) saiu em defesa do general Braga Netto, preso neste sábado (14) pela Polícia Federal por envolvimento na trama golpista. Mourão afirmou nas redes sociais que o general “não representa nenhum risco para a ordem pública” e chamou a prisão de “atropelo das normas legais”.
“O General Braga Netto não representa nenhum risco para a ordem pública e a sua prisão nada mais é do que uma nova página no atropelo das normas legais a que o Brasil está submetido”, escreveu o senador.
Mourão foi vice-presidente do governo de Jair Bolsonaro. Braga Netto, por sua vez, atuou como ministro da Casa Civil e da Defesa. Em 2022, deixou o governo para ser o candidato a vice na chapa de Bolsonaro pela reeleição.
Braga Netto foi preso neste sábado pela Polícia Federal por envolvimento na trama golpista. O militar está sob custódia do Exército, no Rio de Janeiro.
O Exército afirmou ainda que não se manifesta sobre processos conduzidos por outros órgãos e que “tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”.
Braga Netto ficará preso na 1ª Divisão de Exército, que fica na Vila Militar. Ele é general quatro estrelas, último posto da carreira nas Forças Armadas. A prisão especial é uma prerrogativa dos militares. Eles podem ser recolhidos a quartéis ou a prisão especial, quando sujeitos a prisão provisória. Ou seja, antes de condenação definitiva.
Uma das explicações para o benefício é garantia da segurança física dos presos, que podem ser vítimas de represálias por parte dos demais reclusos.
A prisão cautelar de Braga Netto tem por objetivo evitar prejuízos às investigações conduzidas pela Polícia Federal. Ele fi indicado pela PF numa lista de 37 pessosas envolvidas na trama do golpe. O indiciamento está sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República, que deve pedir o indiciamento do general.
Segundo investigadores, Braga Netto foi apontado como o responsável por financiar um grupo de militares que tentou assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e também monitorava os depoimentos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens. (AG)