O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) decidiu partir para um acordo de delação premiada depois de se sentir abandonado pelo PT. Ele contratou o advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, que cuidou da delação de mais de uma dezena de acordos de colaborações na Operação Lava-Jato, entre eles a de Alberto Youssef.
Delcídio foi preso no dia 25 de novembro sob suspeita de tentar sabotar as investigações da Lava-Jato. Gravações mostram o senador falando em pagar mesada para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró excluísse seu nome do acordo de delação que negociava.
Segundo advogados que atuam no caso, Figueiredo Basto teve uma conversa preliminar com representantes de Delcídio em Brasília há cerca de uma semana, mas fechou a condução do caso nessa terça-feira.
Ele atuará com Adriano Bretas, que também conduziu vários acordos de delação na Lava-Jato. Entre os clientes dos dois advogados estão o dono da UTC, Ricardo Pessoa, o lobista Julio Camargo e outros.
Um dos advogados informou, sob a condição de não ser identificado, que a estratégia dos escritórios será definida após uma reunião nesta quarta-feira em Curitiba (PR). Ainda que a delação não esteja definida, os advogados observaram que não farão uma defesa litigiosa ou conflitiva com a Lava-Jato, pelo contrário, trabalham pela higidez da operação, na linha de que os delatores estão fornecendo dados verdadeiros, que possibilitaram a revelação de crimes e irregularidades. (Folhapress)